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Região

Região chega a seis casos confirmados de varíola dos macacos

A Vigilância Epidemiológica de Americana confirmou o segundo caso da doença no município nesta segunda

Por Ana Carolina Leal

16 de agosto de 2022, às 06h58 • Última atualização em 16 de agosto de 2022, às 07h00

A RPT (Região do Polo Têxtil) chegou, nesta segunda-feira, a seis casos confirmados da varíola dos macacos. Os registros mais recentes foram informados pelas prefeituras de Americana e Sumaré. Infectologista entrevistada pelo LIBERAL mostra preocupação com aumento de ocorrências da doença e diz que população e classe médica devem ficar alertas.

Em nota enviada à imprensa na tarde desta segunda-feira, a Vigilância Epidemiológica de Americana confirmou o segundo caso da doença, no município. Trata-se de paciente do sexo masculino, de 30 anos, que encontra-se em isolamento domiciliar e com quadro de saúde considerado estável.

Aumento de ocorrências da doença é motivo de preocupação – Foto: Agência Brasil

O morador não possui histórico recente de viagem ao exterior e nem contato com viajantes. O diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz e o paciente vem sendo acompanhado pelo ambulatório do SAE (Serviço Especializado em Infectologia) do município.

O primeiro caso positivo da doença, em Americana, foi confirmado em 27 de julho. O paciente, também um homem, tem 27 anos, já recebeu alta médica e passa bem de saúde.

Já Sumaré, confirmou, nesta segunda, os dois primeiros casos de varíola dos macacos no município. Os pacientes são homens com 26 e 28 anos, moradores da região do Matão e Picerno, respectivamente. Ambos estão em isolamento domiciliar sem agravamento e sendo monitorados pelas equipes da secretaria de Saúde. Outros dois casos suspeitos aguardam resultado.

As outras duas ocorrências da doença foram registradas em Santa Bárbara d’Oeste e Hortolândia. Com exceção de Hortolândia, que não passou detalhes sobre o paciente, todos que contraíram a varíola são homens e passam bem.

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Médica infectologista que atua no Hospital Unimed, em Americana, Ártemis Kílaris acredita que muitos casos estão sendo subnotificados ou não diagnosticados. De acordo com a especialista, muitos pacientes têm um quadro leve e não procuram atendimento médico e, se procuram, ainda não está sendo levantada a hipótese de varíola por falta de conhecimento da doença.

“Temos que alertar a população e a classe médica que os casos estão aumentando. Orientar o uso de preservativos nas relações sexuais, uma vez que a forma mais comum de contágio até o momento é por relação ou contato sexual”, afirma Ártemis. A infectologista também recomenda que se evite aproximação com pessoas que apresentem lesões suspeitas, que são as vesículas de pele, que transmitem o vírus.

“É importante que se procure um médico sempre que surgirem lesões em qualquer parte do corpo, inclusive genitais, acompanhadas de febre, dores no corpo e gânglios [ínguas]”, diz a especialista. Até o momento, o Brasil registrou 2.893 casos confirmados de varíola dos macacos. Só no Estado de São Paulo, foram 2.019.

Entenda o que é a varíola dos macacos

A varíola dos macacos é uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida por animais, especialmente roedores. Ela deve seu nome após macacos de um laboratório dinamarquês apresentarem lesões parecidas às da varíola humana, em 1958.

O primeiro caso em uma pessoa foi registrado em 1970, na República Democrática do Congo, onde atualmente é endêmica. Na África, ela também é comum em países como Camarões, Nigéria e República Centro-Africana, entre outros.

A doença é causada por um vírus similar ao da varíola humana, que provocou grandes epidemias no passado, mas que foi erradicado com a vacinação. O principal meio de transmissão é através do contato direto com as lesões na pele, mas ela também é transmitida por gotículas e pelo contato com roupas de cama, por exemplo.

O problema é que ela tem uma incubação muito longa, de até 21 dias, o que torna difícil isolar o paciente. E pode durar esse mesmo tempo para a cicatrização completa das feridas, quando a pessoa deixa de ser contagiosa.

Os sintomas iniciais são pouco específicos, como febre e vermelhidão na pele. As lesões bolhosas surgem depois, primeiro no rosto e depois se espalham pelo corpo, formando uma crosta que depois cai. A doença pode ser autolimitada, ou seja, se resolver sozinha, mas também pode apresentar complicações como infecções secundárias.

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