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INVESTIGAÇÃO

Operação da Receita Federal combate sonegação em Sumaré e mais 3 cidades da RMC

Ação investiga grupo econômico que teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos

Por Paula Nacasaki

11 de maio de 2021, às 09h15 • Última atualização em 11 de maio de 2021, às 09h22

A Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, cumprem na manhã desta terça-feira (11) mandados de busca e apreensão em Sumaré, Campinas, Indaiatuba e Valinhos. Além das cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas), há buscas nos municípios de São Paulo, Guarujá, Paraty (RJ), Aquiraz (CE), Fortaleza (CE) e Brasília (DF).

São 70 mandados sendo cumpridos, e o objetivo é obter provas relativas a operações fraudulentas utilizadas para a prática de sonegação fiscal, falsidade ideológica, crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A operação batizada de “Black Flag” investiga um grupo econômico da região de Campinas que teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos financeiros e foi identificado pela Receita Federal durante o trabalho de fiscalização.

Com o aprofundamento das investigações, verificou-se que, em determinado momento, a titularidade das empresas do grupo econômico fiscalizado foi transferida para laranjas. Ao mesmo tempo, o capital social dessas empresas foi aumentado de forma artificial. Foram obtidos financiamentos e empréstimos junto a instituições financeiras públicas em valores que superaram R$ 70 milhões e que, supostamente, não foram quitados.

PF presta apoio ao cumprimento de mandados – Foto: Divulgação

Valores obtidos junto às instituições financeiras e aqueles decorrentes de ilícitos tributários foram transferidos a laranjas e a contas abertas com CPFs falsos. Os laranjas, CPFs falsos e empresas de fachada também foram utilizados para a ocultação da real propriedade de bens de alto valor.

Uma empresa de fachada, por exemplo, reúne em seu patrimônio imóveis nas regiões mais valorizadas das cidades de Campinas e São Paulo, carros de luxo e uma lancha avaliada em mais de R$ 4 milhões. Em outro exemplo, uma declaração do Imposto de Renda transmitida com um CPF falso registrou a aquisição de um veículo de mais de R$ 500 mil.

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Esse veículo posteriormente foi transferido a profissional contábil que atuou na organização. Uma declaração do Imposto de Renda enviada para outro CPF falso registrou o recebimento de lucros provenientes de uma offshore (empresa localizada em país de baixa tributação) de mais de R$ 5 milhões.

Foi apurada a existência de uma vasta gama de pessoas que teriam auxiliado na prática dos ilícitos, como advogados e contadores, além de responsáveis pela falsificação de documentos.
Mais recentemente, o mentor da organização passou a atuar no ramo de energia solar e também se valeria de uma offshore para justificar a origem dos vultosos investimentos.

Um balanço da Operação “Black Flag” será consolidado ao decorrer desta terça-feira.

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