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Metropolitano

Ônibus têm sete casos de vandalismo por dia

Usuários fazem pichações em bancos e amarram cintos de segurança de cadeirantes, o que atrasa o embarque

Por Marina Zanaki

22 de junho de 2019, às 10h22 • Última atualização em 22 de junho de 2019, às 18h21

Os ônibus do transporte metropolitano da região de Campinas sofrem, em média, sete atos de vandalismo por dia. É como se a cada 40 dias, todos os 371 veículos que compõem a frota tivessem algum dano.

A população sente os reflexos da depredação em atrasos, já que os carros precisam ficar parados para reparos, e também no bolso, porque as manutenções são contabilizadas como custo operacional.

As informações são do SetCamp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas).

Foto: Divulgação
Bancos pichados são alguns dos registros

Em maio, entraram em funcionamento 50 novos ônibus entregues durante a inauguração da Ponte Estaiada, em Hortolândia. Desses, 15 já sofreram atos de vandalismo em um período de duas semanas.

Alguns problemas são mais simples de serem resolvidos. Pichações e bancos rasgados, por exemplo, demandam algumas horas na garagem para que sejam reparados. Mesmo simples, o processo de substituição do veículo pode levar a descumprimentos de horário.

Dependendo do dano, porém, o ônibus pode ficar parado por até uma semana. Esse é o caso de quebras em alçapões, saídas de emergência e vidros.

Nós em cintos de segurança de cadeirantes fazem com que o embarque de passageiros em cadeiras de rodas leve de cinco a sete minutos para que as amarras sejam desfeitas. Sem esse empecilho, o embarque leva em média um minuto.

O mau uso também afeta o serviço. Em ônibus com ar-condicionado, a orientação é de que as janelas permaneçam fechadas, o que nem sempre é seguida pelos passageiros. Com os vidros abertos, os ônibus consomem mais combustível para que o motor “compense” a diferença do ar mais frio.

O diretor de comunicação do sindicado das empresas de transporte, Paulo Barddal, explica queos gastos para o conserto da frota vandalizada se tornam custos operacionais para o sistema, com reflexo nos passageiros.

“Esses prejuízos acabam, mais cedo ou mais tarde, sendo repassados para a tarifa. Aquele usuário que não faz nada acaba pagando indiretamente depois pelo prejuízo causado pelos vândalos. As empresas acabam tendo gasto extra com isso, que não é previsto”, diz o diretor.

A reportagem esteve no Terminal Metropolitano de Americana e conversou com usuários. A impressão geral dos passageiros é de que os veículos estão em bom estado de conservação, e a depredação observada com mais intensidade é a pichação.

O almoxarife aposentado Isau Onorio de Souza, de 78 anos, usa com frequência a linha que circula entre o Jardim Picerno, em Sumaré, até Americana, e reclama da situação. “Tem gente que não está nem aí e escreve no banco. Não é muito, mas às vezes tem, e sempre nos bancos traseiros”, reclamou.

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