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Covid-19

Número de mortes por Covid tem avanço mais rápido em abril na região

Região de Campinas teve 815 vítimas da doença nos primeiros dias do mês, 110% a mais que março, pior período da pandemia

Por Leonardo Oliveira

13 de abril de 2021, às 07h41 • Última atualização em 13 de abril de 2021, às 08h49

A região de Campinas registrou, nos 12 primeiros dias de abril, 815 mortes pelo novo coronavírus (Covid-19). O número de óbitos no início desse mês é 110% maior do que o registrado no mesmo período de março, o pior mês da pandemia até o momento.

Entre o dia 1º e 12 de março, 388 pessoas perderam a vida em virtude da doença na DRS-7 (Departamento Regional de Saúde) de Campinas, menos da metade das vítimas contabilizadas em abril. Os dados são da Fundação Seade e foram compilados pelo LIBERAL.

Isso coloca o mês atual como aquele em que há um avanço mais rápido de falecimentos, superando, com folga, março, o pior período da pandemia. Ao todo, 1.661 pacientes não resistiram às complicações do vírus na região, no mês passado.

Ao todo, fazem parte da DRS-7, de Campinas, 41 municípios, dentre eles os cinco da RPT (Região do Polo Têxtil). Se a marca de óbitos confirmados por dia se mantiver na média atual, de 81 falecimentos, abril se tornará o mês com maior incidência de mortes desde o início da pandemia.

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Os dados vão na contramão dos demais índices. Novas internações e taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) têm caído ao longo das últimas duas semanas. Os leitos de alta complexidade, que chegaram a 94% de ocupação, ontem tiveram 84%.

Infectologistas ouvidos pelo LIBERAL apontam que as mortes que estão acontecendo agora são reflexo das internações de semanas atrás. Isso significa que os pacientes que evoluem a óbito não estão conectados com a situação mais recente da pandemia, e sim, de período anterior.

“As internações por Covid-19 são prolongadas, três semanas ou mais. Então, as mortes que estão acontecendo agora refletem as internações ocorridas há 15 ou 20 dias”, disse o médico infectologista Plínio Trabasso, que, até o mês passado, atuava como coordenador de assistência do Hospital das Clínicas da Unicamp.

Só será possível perceber se as medidas restritivas, como a fase emergencial, “deram certo” para reduzir as mortes, nas próximas semanas, defendem profissionais.

“A curva de mortes é sempre mais lenta para perceber o impacto. Essas medidas de restrição evitam casos novos. Os casos que já existem ainda vão ser atendidos e, ainda teremos pelo menos mais umas três semanas para a gente ter um impacto que tenha algum significado”, disse o médico infectologista Rogério de Jesus Pedro, professor da faculdade de Medicina da São Leopoldo Mandic.

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