Empresário
Morto em tiroteio foi investigado por corrupção com policiais em Americana
João Dias Junior também chegou a ser condenado a dois anos e oito meses de prisão por corrupção ativa
Por Leonardo Oliveira
01 de agosto de 2020, às 08h37 • Última atualização em 01 de agosto de 2020, às 08h38
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O empresário João Dias Junior, morto nesta quinta-feira após troca de tiros com policiais civis em uma chácara de Nova Odessa, foi investigado junto com outros policiais no âmbito da operação Fusca Amarelo, que prendeu moradores e agentes de segurança por envolvimento em furtos, roubos e receptação de veículos na região.
João não era réu por crimes da Fusca Amarelo, especificamente, mas teve uma conversa por telefone interceptada com um carcereiro suspeito de participar do esquema. O primeiro contato entre eles foi realizado na manhã do dia 13 de setembro de 2017.
O empresário era investigado em um caso de estelionato ocorrido em Limeira e passaria por um interrogatório. Por isso, queria ter acesso a uma carta precatória que continha as 24 perguntas que seriam feitas pela autoridade policial durante o procedimento.
O carcereiro conseguiu o documento para João e combinou uma data para a entrega. Para isso, enviou um outro funcionário público a um posto de combustível de Americana – no encontro, o empresário pagou R$ 1 mil pela carta precatória.
A ação foi fotografada por policiais, que abordaram João logo na sequência do ocorrido. Em seu carro estava o documento com o conteúdo do interrogatório e uma arma de fogo, a qual ele não estava autorizado a carregar.
João chegou a ser condenado em 2018 a dois anos e oito meses de prisão, em regime aberto, por corrupção ativa. Só que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) julgou que as interceptações telefônicas usadas como prova eram nulas, por isso a 1ª Vara Criminal de Americana “absolveu” os investigados da sentença.
O empresário e sua esposa foram mortos quando a Polícia Civil cumpria um mandato de busca e apreensão onde eles moravam, na região da Chácaras Recreio Represa – eles eram investigados pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro.