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Região

‘Invasão’ de besouros e outros insetos intriga população na região

Fenômeno conhecido como "revoada" acontece principalmente no período da primavera

Por Heitor Carvalho

16 de dezembro de 2020, às 08h58 • Última atualização em 16 de dezembro de 2020, às 13h34

A quantidade de besouros e outros insetos nas ruas dos municípios da RPT (Região do Polo Têxtil) nas últimas semanas chama a atenção e causa espanto na população.

O tratador de imagem Silvio Donizete de Oliveira, de 50 anos, mora na região do Jardim Alvorada, em Americana, e diz que percebeu há algumas semanas a revoada de besouros.

Revoada causa infestação de besouros em algumas áreas da cidades – Foto: Divulgação

“Eu moro aqui no Alvorada há seis anos e nunca tinha acontecido. Eles são atraídos pela luz, então tentam entrar dentro de casa. O negócio é tão feio, que não estávamos conseguindo nem se alimentar, já que eles vinham e caiam no nosso prato de comida”, conta.

A estudante de design de moda Marina Galvan, 22 anos, mora na região central de Santa Bárbara d’Oeste e também percebeu a presença de insetos.

“Há alguns anos me lembro perfeitamente de olhar na janela da minha casa, à noite, e encontrar, no mínimo, uns 15 besouros andando no vidro e querendo entrar. Aquela cena me deixou tão nervosa que eu nunca mais esqueci”, explica.

O fenômeno também tem causado alguns pequenos transtornos para a estudante, que tem dificuldade para estudar à noite.

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“Com a faculdade à distância por conta da pandemia, tenho lutado contra esses bichinhos, porque minhas aulas são à noite e preciso ficar com a luz acesa, uma fonte maravilhosa para os besouros entrarem em casa. Eu coloco um pano embaixo da porta, o que muitas vezes ajuda”, conta.

Esses insetos “invadem” as cidades nesse período do ano, principalmente no interior do Brasil, por conta do período de reprodução. Após um longo período na fase de larva, eles atingem a fase adulta, que dura alguns dias, principalmente durante a primavera.

Existem cerca de 350 mil espécies de besouros, o que representa 40% de todos os insetos e 30% dos animais, formando o maior grupo de organismos da Terra, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). No Brasil, são registradas aproximadamente 28 mil espécies.

Entre as mais comuns registradas nesse período de “revoada”, como o fenômenos é chamado, estão o rola-bosta-africano, que é uma espécie invasora no Brasil, e o besouro-castanho, o besouro-marrom e o besouro-amarelo.

A professora e doutora em ecologia da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Silvia Regina Gobbo, de 55 anos, explica que o fenômeno envolve várias espécies de besouros e também de outros insetos, que são atraídos para as cidades pela luz artificial das áreas urbanas.

“Várias espécies de insetos, até o cupim, principalmente de outubro até meados de dezembro, fazem a revoada na época de procriação. Eles passam parte do ano como larvas e, quando começam as chuvas, eles revoam para acasalar e morrem alguns dias depois”, explica.

Ela também explica que essa revoada ocorre no campo e em qualquer outro lugar, mas nas cidades o fenômeno é mais perceptível.

Entre as principais dicas para evitar a aglomerações dos besouros são: manter as portas e janelas fechadas; usar mosquiteiros durante a noite; eliminar qualquer foco de luz artificial que possa atrair os insetos e limpeza contínua do local infestado.

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