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ELEIÇÕES 2024

Em 10 anos, número de eleitores idosos cresce 55% em Americana e região

Eleitorado com 60 anos ou mais aumentou de 98,8 mil para 153,2 mil entre 2014 e 2024, segundo TSE; entenda possíveis causas

Por Gabriel Pitor

28 de abril de 2024, às 07h29

A professora Nerly, 70, moradora de Nova Odessa, que não abre mão do voto – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

A quantidade de eleitores idosos em Americana e região cresceu 55% nos últimos 10 anos, de acordo com levantamento do LIBERAL em dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Atualmente, 153,2 mil pessoas com 60 anos ou mais estão aptas a votar na RPT (Região do Polo Têxtil), enquanto em 2014 esse público era de 98,8 mil.

Ainda conforme as informações do tribunal, dos 724,6 mil eleitores da região, 21% pertencem a esse público. Essa porcentagem também aumentou na última década, visto que, em 2014, os idosos representavam 15% do total.

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Proporcionalmente, Americana é o município da RPT com eleitorado mais envelhecido, já que 27% do total de votantes (181,5 mil) têm 60 anos ou mais. Na sequência, vem Santa Bárbara d’Oeste com 21% e Nova Odessa com 20%.

As cidades da região com menor parcela de eleitores idosos são Sumaré, com 20% — embora tenha a segunda maior quantidade, com 39,5 mil —, e Hortolândia, com 17%.

Isso pode ser explicado pelo envelhecimento populacional. Segundo dados Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e projeções elaboradas pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), os habitantes de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa estão cada vez mais velhos.

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Uma das consequências desse processo, além da estagnação da população e da demanda de serviços públicos — como unidades de saúde —, é a mudança de perfil dos eleitores.

Por sua vez, Sumaré e Hortolândia estão praticamente 10 anos “atrasadas” nesse movimento, portanto possuem habitantes mais jovens. A expectativa é que elas alcancem os atuais números das outras cidades apenas em 2035.

Com o crescimento de eleitores idosos, os candidatos e suas equipes de campanha passaram a se preocupar com as necessidades e como atingir esse público, segundo o especialista em marketing político Wilson Pedroso. Ele foi responsável por coordenar as campanhas de João Doria, Bruno Covas e Rodrigo Garcia no Estado de São Paulo.

Para ele, os gabinetes têm incluído nos programas de governo pautas como qualidade de vida, atendimento na saúde e perspectiva de melhor idade. A conquista do voto desse público é vista como decisiva, uma vez que muitos são pais de família e podem reunir votos de filhos, netos e parentes.

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Os veículos mais importantes para atingir os idosos são redes sociais, rádio e TV — este último é considerado “chave”, já que pessoas mais velhas costumam tirar dúvidas sobre determinado assunto em telejornais.

Além disso, os candidatos precisarão “gastar sola de sapato” em associações de terceira idade para ter o “olho no olho”. Wilson ainda afirmou que a polarização tem motivado os idosos a continuarem votando, mesmo sem a obrigatoriedade do TSE a partir dos 70 anos.

“Mesmo não tendo obrigação, o sentimento político da polarização aumentou a vontade de conhecimento da política. Antigamente, os idosos acompanhavam a política pela TV, hoje essas pessoas são bombardeadas de informações. A polarização e as redes sociais trouxeram outro mundo”, apontou.

A professora Nerly Saad, de 70 anos, moradora de Nova Odessa, é uma dessas pessoas que acompanham tanto o noticiário local quanto o nacional para decidir o seu voto. Ela contou que fiscaliza a atuação de vereadores e leva a importância de participar da política para os seus alunos, bem como percebeu que outros idosos têm se engajado no assunto para ter uma opinião.

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“Se a gente não votar, a gente não pode cobrar de ninguém. É uma questão de participação. É preciso estar na política para não deixar que eles decidam por mim. Então, eu tenho obrigação de votar, porque eu quero um bom País para mim, para a minha família e para os meus alunos”, disse.

Por sua vez, o motorista Elias Rodrigues da Silva, de 73, considerou não votar mais, porém mudou de ideia devido à polarização.

“Eu pensei e falei para mim mesmo: vou ter de votar, não tem como. Deixar de votar é dar chance para qualquer um fazer o que quiser”, afirmou ele, que mora em Americana.

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