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SAÚDE

Americana e Santa Bárbara registram aumento de 150% no número de casos de dengue em abril

Municípios confirmaram 510 e 608 ocorrências no mês passado, respectivamente; alta temperatura é citada como motivo

Por Rodrigo Alonso

10 de maio de 2024, às 07h33 • Última atualização em 10 de maio de 2024, às 07h36

As cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste registraram, juntas, um aumento de quase 150% na quantidade de casos de dengue no mês passado, em comparação ao mesmo período de 2023.

O número subiu 148,8% em Americana, de 205 para 510, e 150,2% em Santa Bárbara, de 243 para 608, segundo dados divulgados pelas prefeituras em resposta ao LIBERAL.

“O aumento dos casos já era esperado porque historicamente o pico da transmissão ocorre justamente em maio, vindo a declinar a partir daí”, comentou a Prefeitura de Americana, que disse tomar todas as medidas necessárias.

Prefeitura de Americana disse ter feito 55 mil visitas em imóveis – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

O Executivo afirmou que tem atuado com um mutirão para recolhimento de materiais que possam servir de criadouros do mosquito Aedes aegypti, ação que teve início em 6 de fevereiro e já realizou pelo menos 55 mil visitas em imóveis, com retirada de aproximadamente 10 toneladas de materiais.

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“Infelizmente este ano a dengue assolou o País com diversas epidemias, e alguns fatores estão contribuindo sobremaneira para esse cenário, como as temperaturas elevadas fora de época, por exemplo, além de outras variáveis, como a circulação de sorotipos diferentes ao mesmo tempo, entre outras questões”, declarou o secretário municipal de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

A Secretaria de Saúde de Santa Bárbara destacou que o Brasil vive a maior epidemia de dengue de sua história.

A pasta também salientou que segue com ações intensificadas de combate ao Aedes aegypti, como visitas casa a casa, nebulização costal e com equipamento veicular, avaliação de densidade larvária, monitoramento com uso de armadilhas para ovos de mosquito e reuniões intersetoriais.

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Mosquito

Os agentes da prefeitura também têm visitado locais com maior probabilidade de proliferação de mosquitos – como ferros-velhos, borracharias, recicladores, floriculturas e cemitérios – e imóveis com grande circulação de pessoas – como escolas, unidades de saúde, supermercados, shoppings, centros comunitários e igrejas.

“O trabalho ininterrupto é priorizado em regiões com casos positivos ou com aglomerado de casos suspeitos e, também, em bairros onde o monitoramento entomológico realizado diariamente indica alto índice de circulação de mosquitos, objetivando a remoção de criadouros e orientações à população”, apontou a secretaria.

A pasta também ressaltou que faz ações de divulgação e incentivo à vacinação, atualmente disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, conforme determinação do Ministério da Saúde.

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No acumulado do primeiro quadrimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 291,5% no número de casos em Americana, de 318 para 1.245, e de 321,9% em Santa Bárbara, de 561 para 2.367.

Sintomas e alertas

Dengue clássica

A dengue clássica é a forma da doença que varia de um quadro assintomático até a apresentação de um leque de sintomas que causam um desconforto significativo ao paciente:

  • Febre alta (39°C a 40°C): É uma febre repentina e abrupta.
  • Dor de cabeça
  • Prostração
  • Dores musculares e/ou articulares
  • Dor atrás dos olhos (retroorbital)
  • Manchas vermelhas: É o que os médicos, cientificamente, chamam de rash cutâneo ou eritema na pele. Visualmente, é, de fato, uma mancha vermelha que, às vezes, pode coçar.
  • Náuseas e vômitos: Aqui, é importante prestar atenção para ter certeza de que não se trata, na verdade, de um sinal de alerta de gravidade. É preciso observar, por exemplo, a frequência desses sintomas. Caso não possam ser controlados e sejam frequentes (o paciente, em geral, reclama que “nada para na barriga”), indicam que algo não vai bem.

Dengue com sinais de alarme

Após a fase febril da doença, é preciso ficar de olho em sintomas que podem indicar um agravamento do caso. A atenção deve permanecer pelo menos até duas semanas após o início da febre. É válido salientar que a maioria das pessoas não evoluí ao caso grave.

Dor na barriga intensa e contínua: Ela é diferente do que popularmente conhecemos por “dor de barriga”, que, em geral, trata-se de uma cólica. Já na dengue com sinais de alarme, essa dor abdominal ocorre devido a um inchaço no fígado, e é contínua e pode vir acompanhada dos seguintes sintomas:

  • Vômitos persistentes
  • Acúmulo de líquidos em cavidades corporais
  • Pressão baixa (hipotensão)
  • Pele pálida e fria
  • Inquietação/irritabilidade
  • Respiração rápida
  • Aumento do tamanho do fígado
  • Sangramento de mucosas: Esses sangramentos podem ser percebidos pela presença de sangue nas gengivas na hora da escovação dos dentes, no nariz, na evacuação ou em um fluxo menstrual mais intenso.
  • Aumento progressivo do hematócrito (porcentagem de volume dos glóbulos vermelhos no sangue); isso só pode ser constatado por meio de exame de sangue.

Grupos de risco

Qualquer pessoa pode evoluir mal e enfrentar a fase crítica da doença. No entanto, de acordo com os especialistas ouvidos pela reportagem, alguns grupos precisam ficar mais atentos, com maior suscetibilidade ao agravamento:

  • Crianças: A preocupação reside principalmente nas mais novas, com menos de 2 anos. Isso porque, nos primeiros anos de vida, convivem com uma “imaturidade” do sistema imunológico e, também, dificilmente têm a capacidade de comunicar com clareza os sintomas que podem ser sinais de alerta. Há possibilidade de o bebê herdar anticorpos antidengue da mãe e que, quando infectado pela primeira vez, na verdade, é como se estivesse vivendo a doença pela segunda vez – situação que tende a ser mais perigosa.
  • Segunda infecção: A segunda vez com a infecção está associada a uma maior possibilidade de agravamento do quadro. Isso porque o sistema imunológico entende que aquele vírus é o mesmo, e não um sorotipo diferente. Dessa maneira, ele produz anticorpos para a infecção do passado. Além de não serem efetivos, esses anticorpos “desatualizados” favorecem a replicação viral, internalização do vírus e, portanto, uma maior gravidade da doença.
  • Pessoas com comorbidades: A exemplo de hipertensos e diabéticos.
  • Gestantes: Nelas, o metabolismo, os hormônios e a resposta imune são diferentes.
  • Idosos (60 anos ou mais): De acordo com especialistas, indivíduos nos extremos de idades – crianças muito pequenas e idosos – têm sistemas imunológicos mais frágeis. Além disso, nessa fase da vida, é comum a pessoa conviver com comorbidades.

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