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Nova Odessa

Operação apreende cães e aves e autua responsável por maus-tratos

Foram apreendidos 15 cães, 15 galos e mais 35 aves silvestres; homem de 56 anos foi multado em R$ 17,5 mil e vai responder processo por dois crimes

Por Isabella Holouka

10 de março de 2020, às 21h40 • Última atualização em 10 de março de 2020, às 22h16

Uma operação na tarde desta terça-feira (10) em Nova Odessa terminou com a apreensão de 15 cães, 15 galos e 35 aves silvestres. Os animais foram encontrados em quatro endereços nos bairros Jardim Marajoara, Parque Fabrício e Jardim Planalto. O proprietário, um taxista de 56 anos, foi autuado em flagrante pelo crime de maus-tratos a animais e manutenção de aves silvestres em cativeiro sem autorização, com multa de R$ 17,5 mil.

O resgate foi feito por uma equipe composta por agentes do setor de zoonoses de Nova Odessa, voluntários da AAANO (Associação Amigos dos Animais de Nova Odessa) e policiais civis e militares ambientais, além de assessores do Deputado Estadual Delegado Bruno Lima, que atuam na causa animal.

Larissa Frias, diretora social da AAANO, diz que as denúncias referentes a uma das cachorras ocorrem há três anos.

No local a equipe notou que ela estava com leite, por ter dado cria recentemente. O homem negou a existência de filhotes, mas permitiu a entrada das equipes nos outros três endereços, onde outros 14 cachorros foram encontrados em condições insalubres.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Alguns dos cães apresentavam problemas de saúde

“Vimos uma situação nítida de maus-tratos: mato alto, cachorros acorrentados, água com lodo, não tinha ração, pés de cactos, alguns dos animais estavam vomitando, outros machucados. São cachorros da raça Beagle Perdigueiro, usados para caça”, relata Larissa.

No último endereço, residência do taxista, as equipes também se depararam com 15 galos da raça índio e 35 aves silvestres em gaiolas pequenas, além de uma grande quantidade de gaiolas vazias – existe a suspeita de que as aves seriam utilizadas em rinhas, segundo a AAANO.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
35 aves silvestres foram apreendidas no local

O homem já havia sido notificado pelo Setor de Zoonoses para que providenciasse a limpeza e os cuidados adequados para os cães. A veterinária Paula Faciulli, do Setor de Zoonoses de Nova Odessa, afirmou que a notificação ocorreu “mais de uma vez”.

“No entanto, ele não atendeu às recomendações e tivemos que recolher os animais para preservar a vida deles”, completou ela.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Existe a suspeita de calos os galos seriam utilizados em rinhas

No último final de semana, o homem ainda foi preso em flagrante pelo porte ilegal de seis espingardas e munições. Agora, ele também fica proibido de ter animais, terá que arcar com a multa e ainda vai responder judicialmente pelos crimes.

Os cachorros estão sob tutela da AAANO, que deve prover atendimento veterinário nos próximos dias para, posteriormente, providenciar adoções. Já os pássaros irão passar por reintegração à natureza e os galos serão doados, individualmente.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Local também tinha várias gaiolas vazias

A filha do taxista, de 23 anos, relatou ao LIBERAL que esta foi a terceira vez que o pai teve animais apreendidos. Ela disse que a família não apoia a manutenção dos animais, mas entende que o homem precisa de tratamento psicológico.

“Meu pai tem esse problema desde criança, ele era fissurado em estilingue e passarinhos, cresceu com isso. Nós sempre julgamos e apontamos o constrangimento. Mas ele tem um transtorno compulsivo, é uma pessoa acumuladora e não é só com animais, mas também com carros, bicicletas. É um transtorno e já sugerimos tratamento psicológico, mas ele não aceita”, disse ela.

O homem acompanhou toda a ocorrência e se defendeu dizendo que os cães eram alimentados todos os dias. Ele ressaltou que algumas aves tinham documentação e que era fiel depositário de outras, embora não tivesse como comprovar. Também confirmou que era reincidente neste tipo de ocorrência.

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