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OBITUÁRIO

Na Guarda de Nova Odessa desde 1994, farda era sonho para a patrulheira Rosângela

Guarda municipal, uma das primeiras mulheres na corporação da cidade, morreu após mal súbito no último domingo, aos 51 anos

Por Marina Zanaki

15 de setembro de 2020, às 08h51 • Última atualização em 15 de setembro de 2020, às 08h52

A patrulheira Rosângela Fagundes, uma das primeiras guardas femininas de Nova Odessa, que morreu no domingo (13) após sofrer um mal súbito enquanto trabalhava, tinha o sonho de ser da corporação. Ela tinha 51 anos, idade que havia comemorado no dia 9 de agosto.

Segundo a guarda, Rosângela ingressou na guarda em 1994, após ser aprovada em concurso público.

Na ocasião, outras mulheres entraram na guarda, mas logo deixaram o trabalho. Apenas Rosângela não desistiu da farda, que era a realização de um sonho.

A guarda municipal Rosângela Fagundes, de 51 anos, que faleceu no dia 13 de setembro, em Nova Odessa – Foto: Reprodução / Facebook

De acordo com a sobrinha, a decoradora Thamirys Fagundes Silva, de 29 anos, a escolha profissional inicialmente não foi aceita pela família.

“Quando ela falou para a minha vó que ia para Nova Odessa e ser guarda, minha vó não aceitou, achava perigoso. Mas com o tempo ela entendeu e acabou aceitando. Acho que minha tia encorajou muitas mulheres a fazerem o mesmo, ela abriu a mente de muita gente que via que era um serviço muito masculinizado”, disse a decoradora.

Comandante da guarda e amigo de Rosângela, Benvindo Osmar contou que, no começo, a patrulheira era requisitada por outras corporações e em várias cidades da região para revistar mulheres. Ela atendia aos chamados inclusive nas horas de folga.

“Ela era uma guerreira. No começo, enfrentou muito preconceito. O pessoal olhava diferente, mulher fardada é estranho, foi bem complicado, mas ela tirou de letra. Ganhou o espaço dela, conseguiu mostrar que era muito competente. O que me conforta foi ela ter morrido fazendo o que ela gostava, na viatura”, declarou Osmar.

Rosângela havia perdido a mãe há dois meses e esperava o nascimento da primeira neta. Ela também havia acabado de se aposentar e queria diminuir o ritmo de trabalho.

A ideia era seguir com os patrulhamentos e os trabalhos no projeto “Anjos da Escola”, que realiza ações didáticas em escolas. Contudo, queria evitar as horas extras que realizou ao longo de toda a vida profissional.

A patrulheira sofria de diabetes e hipertensão. Ela passou mal durante uma ronda na sexta-feira, horas depois de uma consulta com um cardiologista.

Seus colegas tentaram reanimá-la e a encaminharam ao hospital. Rosângela não resistiu e morreu na madrugada de domingo no Hospital São Francisco, em Americana.

A Prefeitura de Nova Odessa decretou luto oficial por três dias. “Recebi com tristeza a notícia do falecimento da nossa guarda municipal Rosangela Fagundes. Foram 25 anos de trabalhos prestados à população de Nova Odessa, sempre com competência e compromisso com a município. Meus sentimentos a todos os familiares e amigos”, disse o prefeito Bill Vieira de Souza (PSDB).

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