Pós-Anhanguera
Falta de asfalto e transporte são problemas em Nova Odessa
Enfrentar a poeira de ruas sem asfalto faz parte do dia a dia de quem vive nos bairros Recreio Represa, Acapulco e Las Palmas, em Nova Odessa
Por Maíra Torres
15 de julho de 2019, às 17h21 • Última atualização em 15 de julho de 2019, às 17h23
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/nova-odessa/falta-de-asfalto-e-transporte-sao-problemas-no-pos-anhanguera-1042916/
Enfrentar a poeira de ruas sem asfalto, que se transforma em barro quando chove, faz parte do dia a dia de quem vive nos bairros Recreio Represa, Acapulco e Las Palmas, em Nova Odessa. Definida pela Prefeitura de Nova Odessa como uma “região de chácaras, e não bairros”, o que segundo a administração justifica o não pavimento das vias, a região sofre com o “isolamento”, agravado pela falta de transporte público.
“Minha tia com quase 80 anos vai a pé nessa estradona até lá em cima, na ladeira, com chuva ou sol”, conta o designer Eurípedes de Melo, de 53 anos, que mora há 20 anos na região, mostrando à reportagem o trajeto que a idosa faz com frequência.
“Tudo que a gente precisa é só no Centro de Americana. Fora a poeira, buraco, que acabam com o carro, acabam com tudo. E tem ainda quem sofre com pó e falta de ar, como criança pequena”, continua. A prefeitura, “principalmente em época de chuvas”, joga pedras e pedregulhos para assentar e nivelar o solo.
O vizinho de Melo, Davidson Ferraz, caseiro, lamenta também a falta de transporte público nos bairros. “Se eu quiser ir até o bairro tenho que ter carro, senão vou bater perna daqui até lá. Já inventaram de colocar duas linhas de ônibus aqui, uma às 6h e a outra só de noite. Quem vai circular nesse horário?”, questionou.
A implantação dessa linha de ônibus, em caráter experimental, aconteceu em agosto do ano passado e foi feita pela concessionária Rápido Sumaré, responsável pelo transporte público de Nova Odessa, a pedido da prefeitura. Durante 60 dias, foram contabilizados 83 passageiros, o que fez com que a empresa classificasse o serviço como “economicamente inviável”, segundo a administração.
A locomoção piora quando chove. Ferraz já precisou cancelar compromissos devido à situação das vias em dias chuvosos. Buracos de contenção foram abertos pela prefeitura, mas isso também preocupa o caseiro. “Tem várias crianças que brincam aqui. Se uma cai ali, vai demorar dias pra descobrir”, diz.
A dificuldade para acessar os bairros gera outros problemas. “Ambulância vem, mas demora também. Um rapaz que morava aqui do lado uma vez começou a passar mal e teve começo de infarto. Demorou aí pelo menos 40 minutos para uma ambulância chegar”, conta Davidson.