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prejuízos

Suspeitos do ‘golpe do cashback’ em Hortolândia são presos em Portugal e podem ser extraditados

Pai e filha foram denunciados por esquema de aluguel de veículos que fez centenas de vítimas

Por Cristiani Azanha

17 de abril de 2024, às 09h13 • Última atualização em 17 de abril de 2024, às 13h53

Pai e filha, suspeitos de aplicar o “golpe do cashback” em Sumaré e Hortolândia, em 2022, foram presos na cidade de Porto, em Portugal, no dia 3 de abril. As ações causaram cerca de R$ 43 milhões em prejuízos. Eles foram denunciados 797 vezes pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) por estelionato (número de vítimas), além de organização criminosa, esquema de pirâmide e jogos de azar.

Cláudio Roberto Reis, 50, já foi colocado em liberdade após passar por audiência, mas teve todos os documentos, incluindo o passaporte, apreendidos. Ele deverá comparecer três vezes por semana na “Esquadra de Polícia” (delegacia da Polícia Civil) em Portugal.

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Caso falte algum dia, terá o mandado de prisão decretado e pode ser preso. Já sua filha, Thalita Reis, 29, continua detida em uma unidade prisional.

A empresa de Cláudio, a RT&T, que tinha sedes em Sumaré e Hortolândia, funcionava sob o sistema de cashback integral, que consistia em devolver para o cliente todo dinheiro pago no aluguel de um veículo após o período de 15 meses.

A empresa de aluguel de carros RT&T – Foto: Reprodução

Em 2022, o negócio fechou as portas, porém, os automóveis não eram de propriedade da RT&T, mas alugados de outras empresas que também foram lesadas. 

A Justiça brasileira decretou o pedido de extradição de Cláudio e Thalita nesta terça-feira (16). Agora Portugal vai decidir se autoriza a volta dos brasileiros.

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Resposta moral

A advogada Kethiley Fioravante, que representa 49 vítimas, disse que a prisão dos suspeitos corresponde a uma resposta moral e uma chance de reaver parte dos prejuízos.

“Não sabemos se ele quebrou mesmo, ou se eventualmente escondeu a quantia em paraísos fiscais. Sabemos, por enquanto, que o suspeito estava residindo em Portugal há dois anos, onde montou uma mecânica. Em depoimento à polícia portuguesa, ele relatou que a esposa e a filha faziam trabalhos esporádicos como manicure e atendente em uma loja de telefonia”, disse.

Fernando Baena, advogado de outras 100 vítimas, afirmou que os envolvidos prejudicaram cerca de 3 mil pessoas, mas nem todas acionaram à Justiça. “Já tivemos clientes que desistiram da ação, mas é importante que as pessoas não percam a esperança.”

De acordo com Baena, se condenados no Brasil os suspeitos devem pegar a pena máxima de sete anos, em regime semiaberto, com a possibilidade do benefício de recorrerem em liberdade.

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Outro lado

O advogado Diego Bove Fernandez Alonso, que representa os suspeitos, explicou que vai tentar evitar as extradições.

“O pedido ainda vai ser analisado por Portugal, mas esperamos que não aconteça, pois ambos correm risco de morte. Eles não fugiram do Brasil, tentaram se proteger. Ambos receberam várias ameaças de seus credores, mas nada foi feito.”

Segundo ele, Cláudio tinha uma vida modesta em Portugal trabalhando como mecânico e a filha como vendedora de loja.

“Inclusive, Thalita está se recuperando de uma cirurgia recente e pode ter sua saúde prejudicada se permanecer detida”, completou o defensor.

Ele ressaltou ainda que seus clientes não negam os crimes praticados. “O que aconteceu com a empresa de Cláudio é que ele teve a primeira queda na pandemia de Covid-19, quando o mundo parou. Por um tempo, ele levou a empresa com o dinheiro que tinha, mas em 2022, quando teve a queda das criptomoedas, foi derrubado de vez”, finalizou.

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