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Gerando Vidas

Projeto social em Hortolândia apoia e acolhe mães em vulnerabilidade social

Iniciativa idealizada por moradora já atendeu mais de 300 mulheres da região

Por Jucimara Lima

29 de abril de 2024, às 09h29

Daiane deixou trabalho e faculdade para se dedicar totalmente ao trabalho no Gerando Vidas e agora sonha em cursar Serviço Social - Foto: Leonardo Matos_Liberal

Desde 2018 o projeto social “Gerando Vidas”, idealizado pela moradora de Hortolândia, Daiane Pereira Matias, de 34 anos, já atendeu mais de 300 mulheres da região. Além de oferecer um enxoval personalizado para cada uma das futuras mamães, a ação busca apoiar psicologicamente, capacitar profissionalmente e, de uma forma geral, oferecer uma rede de apoio para gestantes em vulnerabilidade social.

Apesar de apenas em 2021 ter se tornado uma ONG (Organização Não Governamental), a iniciativa existe há muito mais tempo, e, como em uma gestação, passou por várias fases, tendo nascido do desejo de Daiane de ajudar ao próximo a partir do que ela chama de “uma aliança com Deus”. “Desde menina, sempre gostei de ajudar as pessoas e esse projeto só existe devido a minha vida com Deus”, ressalta.

Daiane conta que aos 15 anos teve um “chamado de Deus”, a partir de um acidente de moto em que ela e o então namorado – que hoje é marido – sofreram. “Nós quase morremos”, recorda. Poucos dias antes desse evento marcante, uma pessoa – que até hoje ela diz não saber quem é – lhe disse que “Deus tinha uma missão para ela” e que, para comprovar, passariam por um “livramento”.

Após saírem do hospital, ela se lembrou da história e, atendendo ao convite de um amigo, passou a frequentar a Igreja do Nazareno. “Sou apaixonada por Cristo”, afirma.

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Depois dessa experiência, mesmo muito jovem, Daiane passou a fazer parte de missões humanitárias por todo o Brasil, a começar pelo Nordeste. “Foi um impacto muito grande porque naquela região é aquela coisa de pobreza extrema. Voltei transformada”, reflete.

A jovem passou por Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, entre outros. Entre essas andanças, uma experiência marcante foi em uma casa humilde no sertão nordestino.

“Estávamos com a mãe quando as crianças chegaram da escola e ela falou para os filhos irem almoçar. Eles tiraram uma panela de feijão debaixo da cama e o cheiro de azedo tomou conta do ambiente. Ainda assim, comeram, porque era o que tinham. Não teve como não chorar vendo aquela cena”, lembra.

Entre as muitas ações voluntárias, Daiane atuou na antiga Febem (Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor de São Paulo), na Cracolândia, em São Paulo, e chegou a pensar em se voluntariar para a Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras, contudo, acabou seguindo outros caminhos.

Gerar o filho Davi a fez entender melhor todas as questões que envolvem a maternidade – Foto: Arquivo Pessoal

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Em 2015, a jovem largou o trabalho na área da estética, desistiu da faculdade de biomedicina e passou a se dedicar apenas às ações. “Todo mundo achava que eu era louca, mas sentia que não era aquilo que Deus queria para minha vida. Sei que é difícil de compreender, mas realmente eu renunciei a faculdade, no último semestre, para me entregar completamente para os projetos sociais”, explica.

Assim, em 2016, a semente do projeto “Gerando Vidas” foi plantada. Nessa época, ela era voluntária de uma ONG voltada para crianças que promovia chá de bebê para mães do Itatinga, bairro campineiro conhecido por ser a maior zona de prostituição da América Latina. Nesse período, ela conta que sonhou com uma gravidez na qual salvava vários bebês, algo que alimentou o surgimento do projeto.

Curiosamente, apesar de ajudar muitas mães, Daiane não sonhava com a maternidade, algo que ela só passou a querer após descobrir que tinha endometriose. “Quando soube que não poderia ter filhos de forma natural, o desejo nasceu. Eu pedi muito para Deus me curar e foi a partir de um milagre que Davi nasceu. Hoje, entendo que precisava ser mãe, para entender todas as questões maternas, suas dores, processos e assim poder ajudar outras pessoas”, avalia.

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Para participar do projeto, as mães precisam se inscrever e estar presente em sete encontros. Nesses eventos, elas recebem informações sobre saúde, aprendem manobras de primeiros socorros, recebem orientação jurídica sobre seus direitos, programam o plano de parto e têm contato com profissionais da enfermagem e psicologia. No sétimo encontro, ganham um chá de bebê, quando são entregues os enxovais personalizados, conforme as necessidades de cada uma.

Outro ponto positivo do projeto são os cursos de capacitações profissionais, que por enquanto englobam a área de beleza, mas que em breve ofertarão opções voltadas à área gastronômica. “Nosso intuito é acolher, apoiar e oferecer outras perspectivas de vida, para que elas também possam se sustentar.”

Atualmente, a organização vive de doações e, no momento, Daiane está participando de um curso de Aceleração de ONG. Além disso, para lidar melhor com a presidência, ela pretende começar a cursar faculdade de serviço social no próximo semestre. Para continuar acompanhando o projeto, fazer doações ou conhecer mais detalhes, siga o Instagram @pgvidas_. 

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