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Campinas

Unicamp vai estudar prevalência do coronavírus no Estado de São Paulo

Inquérito sorológico será realizado em 11 cidades, incluindo Campinas, para analisar quantas pessoas já foram infectadas e identificação de variantes

Por Marina Zanaki

15 de junho de 2021, às 16h49 • Última atualização em 15 de junho de 2021, às 17h01

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vai estudar a prevalência do novo coronavírus (Covid-19) no Estado de São Paulo. O inquérito sorológico será realizado no mês de junho em 11 cidades, incluindo Campinas. Por meio do trabalho, a universidade pretende apurar uma estimativa de quantas pessoas já foram infectadas, mostrar regiões e grupos mais vulneráveis, além de identificar as variantes em circulação.

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Serão aplicados testes rápidos em 500 amostras de sangue em cada cidade, totalizando 5,5 mil exames. O inquérito sorológico será realizado nos municípios de São Paulo, Sorocaba, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Araraquara, São José dos Campos, além de Campinas.

De acordo com Alessandro Farias, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador da frente de diagnósticos da Força Tarefa Unicamp contra a Covid-19, um dos fatores que dificultam o controle da pandemia são as infecções que passam despercebidas.

“Como nós escolhemos testar apenas pessoas sintomáticas, estamos subnotificados no número de infecções, sendo que cerca de 60% dos indivíduos são assintomáticos. Vai ser possível então termos uma predição epidemiológica do número de pessoas infectadas e entender a evolução dessas variantes”, explicou o professor.

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Além dos testes, será realizado o sequenciamento genético de 600 amostras de coronavírus coletadas. A análise vai possibilitar identificar as variantes em circulação e, eventualmente, detectar novas cepas que podem surgir e escapar da resposta imune de quem já se contaminou ou foi vacinado.

“Daqui para frente, é importante termos a capacidade de fazer esse tipo de monitoramento. É bem provável termos que lidar com variantes do novo coronavírus nos próximos anos, então precisamos entender o que essas novas variantes causam na população vacinada, nas pessoas recuperadas, se é possível que ocorram reinfecções”, destacou Alessandro.

Parceria
O trabalho será realizado na Unicamp por meio de uma parceria com a UFPel (Universidade Federal de Pelotas), que coordenou um inquérito sorológico aplicado no Rio Grande do Sul, e conta com recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho. No total, serão investidos R$ 2,018 milhões.

A coleta das amostras nas 11 cidades será feita por equipes do instituto Inteligência Pesquisa e Consultoria – Ipec (antigo Ibope Inteligência). Os profissionais aplicarão ainda questionários sobre os hábitos de vida e de trabalho dos participantes.

“O Ministério Público do Trabalho tem interesse em conhecer os aspectos laborais desses indivíduos que demonstram já terem sido infectados, qual era o trabalho deles, que tipo de função eles exerciam”, disse Alessandro.

O professor destacou que o apoio do órgão tem sido essencial para que a Unicamp seja uma referência em pesquisas e prestação de serviços relacionados à pandemia.

“Só pudemos dar início aos trabalhos de diagnóstico com a ajuda deles e isso contribuiu para sairmos na frente. Nós fomos a primeira instituição não diretamente ligada a diagnósticos a ter validação para podermos fazer exames diagnósticos sem a necessidade de contraprova”, finalizou Alessandro.

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