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EDUCAÇÃO

Alunas de Etec de Campinas criam prato biodegradável para festas

Alternativa sustentável desenvolvida por estudantes do ensino médio foi premiada em mostra científica

Por Milton Paes

26 de fevereiro de 2021, às 12h35 • Última atualização em 26 de fevereiro de 2021, às 14h41

As estudantes Mariana e Manuella - Foto: Divulgação

Duas estudantes de Campinas desenvolveram um biopolímero à base de amido do cará-moela que pode servir como uma alternativa sustentável ao plástico utilizado na fabricação de pratos, talheres e copos descartáveis. O cará-moela é uma espécie de tubérculo, semelhante à batata, que nasce em uma planta trepadeira.

O biopolímero é um material com textura gelatinosa e estrutura semelhante aos produtos plastificados que se mostrou adequado para criar o projeto Bioutensílios, desenvolvido pelas estudantes do curso técnico de meio ambiente integrado ao ensino médio Manuella Cristina Rodrigues Gonçalves e Mariana Cachator Cardoso, ambas de 17 anos, na Etec (Escola Técnica Estadual) Conselheiro Antonio Prado, no final do ano passado.

Em dezembro de 2020, o projeto foi premiado na 8ª Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto 3M, com o segundo lugar na categoria Ciências Exatas e da Terra e também está entre os 19 finalistas do Centro Paula Souza (CPS) classificados para a 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que será realizada em formato virtual, entre os dias 15 e 27 de março.

A escolha do cará-moela ocorreu após a análise de outros estudos que apontavam a existência de uma grande concentração de amido no tubérculo.

O projeto foi desenvolvido durante dois meses de pesquisas. “Além de possibilitar um alto rendimento, a planta se reproduz com facilidade e o nosso processo de produção é bem simples, permitindo a criação de um material mais sustentável e de valor competitivo para substituir o plástico”, explica a aluna Manoella Rodrigues.

De acordo com a aluna, o projeto foi desenvolvido durante dois meses de pesquisas e testes sobre a viabilidade do material.

“Diante da pandemia, tivemos que nos adaptar para fazer os procedimentos laboratoriais dentro de casa. Utilizamos vinagre no lugar dos ácidos, forno convencional em vez de estufa e liquidificador em substituição ao agitador magnético. Mesmo no improviso, conseguimos chegar a um modelo eficiente de prato biodegradável”, diz.

O diretor da escola, Welington Sachetti, destacou que o prêmio é relevante em vários sentidos, entre eles, pela importância ambiental, pela oportunidade de trabalhar tecnicamente com desenvolvimento de novos produtos e pela superação das alunas e orientadora em buscar alternativas para realizar os experimentos de forma remota.

“O prêmio é um grande incentivo para todos os alunos e comunidade escolar. Entra para nossa seleta galeria de premiados em 2020. Tivemos oito Finalistas no Prêmio 3M. Sou muito orgulhoso de meus alunos, professores e funcionários”, comemora.

A professora orientadora do trabalho, Martha Favaro, disse que o esforço das alunas representa o comprometimento dos estudantes da área de meio ambiente na busca por soluções que estimulem hábitos mais sustentáveis na população.

“O curso prepara cidadãos com um olhar crítico para a importância da preservação ambiental como forma de garantir o futuro das novas gerações”, afirma.

Martha Favaro disse que a dimensão alcançada com o projeto de Bioutensílios causou surpresa.

“Sabia que a ideia que as meninas tiveram foi excelente. Principalmente, com a questão dos recicláveis que vem sendo amplamente discutida. Mas não esperava tanto interesse em nosso projeto”, diz

Sede da Etec Conselheiro Antonio Prado, no Jardim Santa Monica – Foto:

Segundo ela, as alunas Mariana e Manuela gostariam de incrementar e avançar com o projeto, mas provavelmente vão mudar de Campinas devido ao ensino universitário.

“Mas existe uma ideia de darmos continuidade ao projeto com outra equipe da escola. Pois este ano estou novamente como professora de TCC. E as meninas já me deram ‘autorização’. Precisamos realizar alguns ajustes no biopolímero para que seja viável ao mercado”.

A estudante Mariana Cardoso conta da surpresa pela repercussão do projeto. “A gente sempre esteve bem confiante a respeito do tema do nosso projeto mas nós não tínhamos ideia que as pessoas abraçariam tanto a ideia assim para que tivesse toda a repercussão que está tendo”, diz.

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