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Notícias que inspiram

Vivenciando os próprios milagres

De família humilde, estudante de pedagogia da Cidade Jardim luta para manter o projeto “Mãozinha Amiga” que, com apenas dois anos de existência, faz diferença na comunidade

Por Jucimara Lima

01 de janeiro de 2022, às 15h05 • Última atualização em 01 de janeiro de 2022, às 15h07

Você acredita naquela máxima popular de que “Deus escreve certo por linhas tortas”? Ou indo mais a fundo, você acredita em milagre?

A história de vida da estudante de pedagogia Diva da Silva, de 42 anos, que faz limpeza para ajudar no orçamento de casa, é a própria representação da frase do cientista Albert Einstein. “Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la
como se tudo fosse milagre”.

Criada pelo pai no interior do Paraná, que morreu quando ela tinha vinte e poucos anos, mesmo muito jovem e com pouca experiência de vida, vendeu tudo o que tinha e se mudou sozinha para Americana. “Morei seis meses na casa de uma amiga, era muito caipira e tinha dificuldades para conversar, por isso, encontrar trabalho foi muito difícil”, recorda.

Diva não se importa de usar o espaço da própria sala de casa para armazenar as doações – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Depois de um certo tempo morando no Parque Novo Mundo, encontrou um emprego em uma pizzaria e logo depois soube que precisaria sair da casa dessa amiga, pois ela iria se casar. Desnorteada, Diva decidiu pegar um ônibus e dar umas voltas no Carioba, época auge do clube.

“Entrei no ônibus, vi uma moça sentada e decidi fazer amizade. Ficamos juntas no clube e quando estava indo embora contei para ela minha história. Inacreditavelmente ela me convidou para morar na casa dela, onde fui muito bem recebida e vivi por mais seis meses.”

Depois disso, Diva conta que encontrou um cômodo onde foi morar com o marido, que na época era namorado. “Acabei ficando grávida e nos casamos. Nesse período estava trabalhando na produção de uma confecção, então quando a dona viu que eu tinha conseguido alugar esses cômodos, ela foi em uma loja, comprou um monte de móveis e colocou na casa. Depois fui pagando aos poucos”, lembra.

Considerado por ela três marcos importantes na vida, Diva faz questão de destacar a “mãozinha” que ela sempre teve nos momentos que mais precisou. “Essas passagens me inspiraram a ajudar, porque eu já fui muito ajudada. Deus foi preparando cada passo que eu tinha que dar e anjos foram aparecendo na minha vida”, declara.

Dando uma mãozinha

Sendo assim, em dezembro de 2021 o projeto Mãozinha Amiga, idealizado por Diva completou 2 anos. Tudo começou quando ela trabalhava no apoio escolar da escola Guiomar Dias da Silva, no Planalto do Sol, e cuidava de um garotinho cadeirante.

Atenta, Diva percebeu que a cadeira de rodas do menino estava pequena para sua idade e os óculos apertados. Sendo assim, ela iniciou uma campanha em prol do garoto. Contando com uma rede de amigos, parceiros e apoiadores, ela não apenas trocou cadeira e óculos, mas doou alimentos, roupas e mais uma série de coisas que a família do garoto precisava.

Nascia assim o projeto, que, atualmente, apesar de estar focado nas gestantes, acaba ajudando toda a família. “Aparecem muitas pessoas precisando e nós não podemos deixar de tentar atender”, comenta ela.

Desapegada, Diva dedica tempo e amor ao projeto, que não apenas toma conta de sua vida, como também da pequena sala de sua casa que vive repleta de doações. Sempre sorridente, ela diz que não se importa em perder o cômodo, afinal, o que vale mesmo é dar aquela mãozinha para quem precisa.

Apoio

Diva conta que o apoio dos voluntários é essencial para poderem ajudar cada vez mais pessoas. Diversos colaboradores, como o pessoal do “Natal de Todos”, contribuem com doações. “Durante a pandemia ficamos com muito medo, mas em nenhum momento pensamos em desistir”, afirma
Diva que ressalta. “O projeto agrega bastante em nossa vida”.

Com o dom de impactar pessoas, ela praticamente faz todo atendimento da ação via WhatsApp, contudo, faz questão de envolver as pessoas. “Se você me liga passando a história de alguém que está precisando, faço questão de que você se envolva em todo processo. Além disso, levamos todas as doações pessoalmente. Assim, podemos ter uma noção da realidade de
quem está precisando”, reflete.

Necessidades. Uma vez por mês o projeto promove um bazar solidário, cuja arrecadação vai toda para comprar fraldas para bebês. Entre as maiores necessidades apontadas por Diva estão alimentos, fraldas, e roupas de meninas. “Nós tentamos fazer um enxovalzinho para os bebês, com sabonetes, roupinhas, fraldas, mas às vezes não temos tudo que é necessário”, comenta.

Quem quiser colaborar, o contato de Diva, que de fato faz justiça ao nome e representa uma inspiração para os outros, é (19) 98907-7182.

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