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PANDEMIA

Sem novas medidas para conter Covid-19, Americana vive cenário crítico

Cidade tem leitos cheios, recorde de internações e números de mortes e casos que se aproximam dos piores já registrados na pandemia; mesmo assim, prefeitura mantém flexibilizações

Por Ana Carolina Leal e João Colosalle

17 de junho de 2021, às 07h00 • Última atualização em 16 de junho de 2021, às 22h02

Movimentação em ala para Covid-19 no Hospital Municipal de Americana - Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

Americana vive um cenário crítico da pandemia da Covid-19. Nesta quarta-feira (16), a cidade bateu recorde de internados pelo novo coronavírus pela quarta vez em uma semana. Todos os quatro hospitais do município tinham as UTIs lotadas. No Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, a ocupação dos leitos de enfermaria estava em 166%. E o ritmo das mortes nas duas primeiras semanas de junho já é o segundo pior da pandemia.

Mesmo diante desse cenário, o Comitê de Crise da Prefeitura de Americana não foi convocado pelo prefeito Chico Sardelli (PV) na última semana e nenhuma medida mais restritiva para tentar conter a disseminação do vírus foi anunciada pelo governo.

“O que posso adiantar é que usualmente o comitê tem acompanhado as determinações do governo do Estado, um pouco mais restritiva, tem seguido o Plano São Paulo”, afirmou ao LIBERAL o infectologista Arnaldo Gouveia Junior, médico da rede privada e membro do comitê.

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Apesar do alinhamento com o Estado, a prefeitura não aderiu, por exemplo, às recomendações do governo estadual, de que municípios com ocupação de UTIs acima de 90% adotassem medidas mais restritivas.

Nesta quarta-feira, a ocupação era de 100% nos leitos com respiradores na cidade. HM, Unimed, São Lucas e São Francisco tinham 213 pacientes internados por Covid. É o quarto recorde em uma semana. Na segunda onda da pandemia, entre março e abril, o pico registrado foi de 191 internações.

Ao LIBERAL, Arnaldo disse desconhecer a adoção de qualquer medida mais restritiva, no momento, em Americana. “O que tem previsto é um aumento da intensificação da vacinação na semana que vem. Com a chegada das novas doses, a expectativa é que se consiga impactar em médio prazo”.

Como infectologista, Arnaldo disse que recomendaria uma fiscalização mais rigorosa para evitar aglomerações em festas e bares. “Quanto ao fechamento de comércio, não sei se teria impacto porque as aglomerações acontecem mais em eventos”, destacou.

Reportagens do LIBERAL publicadas na última semana também revelam sobrecarga nas equipes médicas. O Hospital Unimed, por exemplo, afirmou considerar a situação da pandemia em Americana como crítica.

O ritmo das mortes em junho já se aproxima do pior mês, que foi abril. Entre 1º e 14 de junho, foram 48 óbitos, segundo os boletins da prefeitura. Em abril, nas duas primeiras semanas, foram 57.

O aumento de casos também é preocupante. Já são 2 mil casos notificados em 16 dias. Em maio inteiro, pior mês da pandemia em relação a quantidade de casos, foram 2,7 mil casos.

O que diz a prefeitura?

O LIBERAL tentou contato por telefone com o secretário de Saúde do município, Danilo Carvalho Oliveira, na noite desta quarta, mas as ligações caíram na caixa postal.

Via assessoria de imprensa, a prefeitura informou que o comitê se reúne de acordo com demandas específicas para ele, pois é deliberativo.

“O prefeito se reuniu com a equipe de saúde diversas vezes ao longo dos dias e Americana, como vem fazendo desde o início da pandemia, segue o Plano São Paulo”.

A administração afirmou ainda que a situação dos números da Covid-19 e a sua incidência no município são motivo de avaliação diária não só do prefeito como de todas as pastas. “E reforçamos a posição de que qualquer medida de restrição a ser tomada será devidamente informada”.

Ainda nesta quarta, a prefeitura divulgou que criou um comitê técnico para ações conjuntas entre o poder público e instituições de saúde privadas da região.

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