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POLÍCIA

Saiba quem é o morador de Americana apontado como ‘testa de ferro’ em esquema bilionário

Investigado foi preso na última quarta-feira, durante a Operação Concierge; ele recebia auxílio emergencial na pandemia

Por Gabriel Pitor

01 de setembro de 2024, às 09h25

O “testa de ferro” preso pela PF (Polícia Federal) em Americana na última quarta-feira (28), durante a Operação Concierge, recebia auxílio emergencial do governo federal na pandemia da Covid-19, em 2020, embora tenha declarado capital social de R$ 1 milhão na abertura de uma das fintechs investigadas, da qual ele era sócio.

A informação consta em um relatório da PF ao qual o LIBERAL teve acesso. O investigado, identificado como Antonio Tadeu Lerach Garcia, de 44 anos, tem residência em um condomínio de prédios no Jardim Terramérica. Ele deverá responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica.

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Ao todo, a PF cumpriu dez mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão em 14 cidades do Estado de São Paulo, entre elas Americana e Campinas, e Belo Horizonte (MG).

A ação mirava um grupo que teria movimentado R$ 7,5 bilhões em fraudes financeiras e lavagem de dinheiro.

Movimentação na delegacia da Polícia Federal em Campinas – Foto: Denny Cesare/Código19/Estadão Conteúdo

A reportagem não encontrou a defesa de Antonio. O LIBERAL tentou contato com uma advogada que representou o investigado em outros processos, tanto por telefone quanto por WhatsApp, mas não teve resposta.

De acordo com o documento, Antonio e uma pessoa jurídica foram responsáveis pela constituição da empresa T10 Bank, uma das fintechs investigadas, em maio de 2020.

Na época, ele declarou ter um capital social (que é o valor que cada sócio investe para abrir um negócio) de R$ 1 milhão, mesmo tendo acesso ao benefício do auxílio emergencial, que tinha regras para recebimento como renda de R$ 522 por pessoa, R$ 3,1 mil por família e não ter obtido rendimentos tributáveis acima de R$ 28 mil.

Em 2021, Antonio pediu exclusão do contrato social e passou o controle da fintech para três homens, que formaram uma sociedade e são apontados como alguns dos líderes da quadrilha.

Esse comportamento foi verificado no histórico de outras seis empresas, o que, conforme a PF, leva a indícios de fraude, já que todos esses CNPJs (Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica) reúnem mais de R$ 10 milhões de dívidas ativas.

Segundo a polícia, essas ações tinham como objetivo “esconder” os cabeças da facção, dificultando as cobranças dos débitos, e, como o suspeito não tinha interesse ou qualquer tipo de atuação nos negócios, ele é visto como “testa de ferro” da quadrilha.

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As investigações da PF dão conta de que a organização criminosa, por meio de dois bancos digitais – as fintechs -, oferecia abertamente contas clandestinas que permitiam transações financeiras dentro do sistema bancário oficial e de forma oculta.

Essa “manobra”, conforme informou o órgão federal, possibilitou que empresas de fachada e facções utilizassem essas contas para lavagem de dinheiro e movimentação do dinheiro ilícito.

Ainda de acordo com a PF, os dois bancos digitais não autorizados pelo Banco Central e hospedados em bancos regulares se mantinham por conivência de instituições financeiras de grande porte.

A polícia ainda está terminando de executar a operação. Na última sexta, um investigado se entregou à PF de Campinas, porém ainda restam dois mandados de prisão preventiva em aberto. Depois dessa etapa, os suspeitos serão ouvidos para que as denúncias na Justiça possam ser elaboradas.

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