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EDUCAÇÃO

Projeto piloto contra abuso infantil em Americana concorre a prêmio nacional

EducaPRO capacita profissionais, envolve pais e adapta currículo escolar para prevenir violência sexual

Por Ana Carolina Leal

30 de junho de 2024, às 08h42 • Última atualização em 30 de junho de 2024, às 08h53

A promotora Renata Calazans conversa com professores das redes municipal e estadual - Foto: Beatriz Costa/Prefeitura de Americana

Uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação, Diretoria de Ensino e Ministério Público para prevenir violência e abuso sexual de crianças e adolescentes em Americana foi selecionada para a 21ª edição do Prêmio Innovare, que reconhece boas práticas da justiça brasileira.

O Programa EducaPRO Proteger, Respeitar e Ouvir #euvejovocê teve início neste mês de junho em duas escolas municipais – a Casa da Criança Pitanga e a Emef (Ensino Municipal do Ensino Fundamental) Milton Santos – e duas estaduais – Professora Sinésia Martini e Anna Peres da Silva. Trata-se de um projeto piloto.

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A execução do programa tem três fases. A primeira delas é a capacitação dos profissionais da escola seguida por um trabalho feito junto aos pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes e, por último, adequação à proposta curricular e ao cotidiano escolar, conforme o entendimento possível para cada faixa etária. O foco inicial são crianças de 4 e 5 anos.

Promotora da Infância e Juventude de Americana, Renata Calazans Nasraui afirma que o objetivo principal é trabalhar a prevenção da violência sexual com as crianças e adolescentes possibilitando o conhecimento dos seus corpos e a diferença dos toques e comportamentos abusivos daqueles de cuidado.

O programa inclui ainda estratégias de autoproteção e fortalecimento para que as crianças e adolescentes consigam expressar o “não” diante de um comportamento que lhe desagrade e invada sua intimidade e seu corpo.

“Infelizmente, a violência contra crianças e adolescentes é um fenômeno que ocorre com frequência em todo mundo com causas e formas diversas, comprometendo-lhes o desenvolvimento físico e psicossocial”, afirma Renata.

De acordo com a promotora, entre as inúmeras violências, a sexual é uma das mais invisibilizada ou subnotificada, justamente pelo fato de a maioria dos abusos ocorrer no âmbito intrafamiliar, praticados por pessoas envolvidas afetivamente com a vítima.

“As crianças, apesar de se sentirem tristes e incomodadas, não conseguem reconhecer os toques e assédios como violência. E, muitas vezes, ao tomarem conhecimento de que estão sendo vítimas de um crime de estupro, vários anos já se passaram com consequências graves para o resto da vida”, compartilha.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a escolha pelas escolas que estão recebendo o projeto piloto do EducaPRO foi motivada pelo alto índice de vulnerabilidade registrado nessas unidades.

A pasta explica que, na prática, ocorrem discussões de temas relacionados ao abuso sexual de modo instrutivo, reflexivo e consistente. Tudo por meio da arte, da literatura, do diálogo em equipe e com o apoio de materiais e recursos didáticos.

O cronograma prevê a análise do projeto piloto ao final do ano para então iniciar a implantação em outras escolas gradualmente, até o atendimento de 100% da rede de Educação de Americana.

“São anos de reuniões e discussões até a colocação em prática do Programa EducaPRO nas escolas e a seleção da proposta pelo Prêmio Innovare já foi de extrema importância para o reconhecimento destes trabalhos realizados”, conclui Renata.

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