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BOAS HISTÓRIAS

Projeto oferece fisioterapia gratuita a idosos no Jardim Brasil

Projeto Movimento é Vida, desenvolvido pelo fisioterapeuta Denis de Jesus Dias, atende 50 idosos e ajuda a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas

Por Marina Zanaki

11 de março de 2020, às 07h58 • Última atualização em 11 de março de 2020, às 16h33

Um corpo em repouso tende a permanecer na inércia. A lei da física que versa sobre mecânica também pode ser estendida aos corpos humanos, com efeitos prejudiciais à qualidade de vida. Para combater essa inércia, que costuma muitas vezes estar associada à velhice, o fisioterapeuta Denis de Jesus Dias, de 30 anos, criou o projeto Movimento é Vida.

Realizado nas manhãs de terças-feiras no salão de festas da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Brasil, em Americana, o projeto oferece fisioterapia gratuitamente à população do bairro. No momento, não há mais vagas para participar do grupo.

Denis tem como foco a prevenção de doenças como hiposifose, lombalgia, artrite, artrose e tendinite. “A fisioterapia não devolve a vida, mas devolve a qualidade de vida, isso é primordial. É muito gratificante poder ouvir que possibilitei que fizessem uma viagem, fossem a um casamento, é inexplicável”, contou Denis.

Foto: Marina Zanaki / O Liberal
Projeto atende 50 idosos gratuitamente no Jardim Brasil

Um decreto legislativo do vereador Wellington Rezende (Patriota) vai conceder medalha de mérito ao fisioterapeuta pelo projeto, iniciado em 2018.

Além de melhorar a saúde física dos frequentadores, o projeto promove interação e a construção de laços. O LIBERAL acompanhou a aula nesta terça-feira (10) e, entre os exercícios, o que mais se ouvia eram as risadas dos idosos, desafiados a fazer movimentos que seus corpos já não estavam acostumados.

Foto: Marina Zanaki / O Liberal
Denis de Jesus Dias, de 30 anos, criou o projeto Movimento é Vida

O grupo é formado por 50 pessoas, a maioria mulheres. Essa é a capacidade máxima que o espaço e o fisioterapeuta conseguem atender. Os alunos mais novos estão na faixa dos 50 anos; a mais experiente é Dorail Pandin Francisco, de 81 anos.

Dorinha, como gosta de ser chamada, contou que os exercícios e a convivência com outras pessoas fizeram toda a diferença em sua vida.

“Eu ia direto no pronto-socorro, toda travada. Hoje eu consigo fazer quase tudo que ele (Denis) passa, considero ele como se fosse um bisneto. Estou mais disposta, saio sozinha, converso, moro sozinha, me viro”, disse Dorinha.

Denis ressalvou que a fisioterapia que realiza com o grupo não consegue reabilitação de doenças graves. Contudo, alguns problemas conseguem ser amenizados por meio dos exercícios.

A dona de casa Iris Lustosa, de 52 anos, corrigiu uma hipercifose que Denis identificou no primeiro dia de aula. “Ele me ensinou exercícios que eu fiz em casa e aqui. Eu ficava me policiando, mas hoje já estou retinha, foi uma coisa muito boa. Outra coisa boa é que ele sempre fala o músculo que está usando, o que você está trabalhando”, elogiou Iris.

A aposentada Elisa Fatima Cardoso, de 62 anos, sofre desde a década de 1990 com fibromialgia. Desde que começou a frequentar o projeto, suas dores diminuíram e a idosa resgatou sua qualidade de vida.

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“Só quem tem sabe como é, sentia dor 24 horas, não tinha vontade de fazer nada, até conversar eu não gostava. Hoje, eu já não tenho mais nada, consigo falar, brincar, é impressionante mesmo”, destacou a aposentada.

Denis, que é contratado por uma clínica e presta serviços particulares, revelou que recusou uma proposta de emprego que pagaria um bom salário, pois não conseguiria conciliar com o projeto voluntário.

“É a menina dos meus olhos, choro com eles, compartilho coisas da vida pessoal. É minha segunda casa, é o filho que não tenho”, definiu Denis.

RECURSOS

Usando colchonetes que a igreja já possuía, Denis lança mão da criatividade para transformar materiais muitas vezes improvisados em equipamentos, como garrafas pet e cabos de vassoura.

O fisioterapeuta disse que o ideal seria encontrar um parceiro que ajudasse com a compra de equipamentos como caneleiras, halteres e faixas elásticas. “Seria um sonho”, declarou.

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Além da Capa, o podcast do LIBERAL

A edição desta semana do podcast “Além da Capa” aborda a substituição da mão de obra de pessoas mais velhas por outras mais novas na RPT (Região do Polo Têxtil), em 2019. Ouça:

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