SAÚDE
Prefeituras da região recomendam vacinação contra coqueluche para profissionais da Educação
Orientação sobre a doença também conhecida como tosse comprida vem do Ministério da Saúde após alta de casos
Por João Colosalle
30 de junho de 2024, às 08h42 • Última atualização em 30 de junho de 2024, às 08h43
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/prefeituras-da-regiao-recomendam-vacinacao-contra-coqueluche-para-profissionais-da-educacao-2203077/
As prefeituras de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Hortolândia recomendaram, recentemente, que profissionais da Educação que atuam com bebês e crianças tomem a vacina contra a coqueluche, também conhecida como tosse comprida ou pertussis e frequentemente confundida com resfriado.
A medida se deu por orientação do Ministério da Saúde, neste mês, após surtos na Europa e na Ásia e de um alerta na capital paulista. A vacina é a DTPa, que pode ser encontrada em unidades básicas de saúde e na rede particular.
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Questionadas sobre casos confirmados, as prefeituras de Americana e Santa Bárbara informaram que não há registros da doença no município. As demais administrações – Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia – foram questionadas, mas não responderam.
No início do mês, uma nota técnica do Ministério da Saúde apontou a alta nos casos de coqueluche pelo mundo e recomendou a ampliação e intensificação da vacinação.
Bebês e crianças de até 1 ano fazem parte do perfil dos casos graves da doença, que pode causar pneumonia, convulsões, comprometimento do sistema nervoso e até morte. Dados nacionais de 2019 a 2024 mostram que as crianças menores de um ano de vida representaram mais de 52% dos casos de coqueluche. Em seguida crianças entre 1 e 4 anos, com cerca de 22%.
Os adultos podem ter coqueluche, mas normalmente são assintomáticos ou apresentam sintomas leves. Isso não quer dizer, porém, que eles não devam ser vacinados, já que são eles quem mais transmite a doença aos bebês.
Na nota, o ministério alertou para a alta transmissibilidade da doença – estima-se que uma pessoa com coqueluche possa infectar outras 12 a 17. Para efeitos de comparação, a Covid-19 gera cerca de três casos secundários por infecção.
Tosse seca, febre e cansaço são alguns dos sintomas comuns da coqueluche, que costuma se espalhar em climas frios, quando as pessoas ficam mais em ambientes fechados.
No Brasil, o último pico da doença ocorreu em 2014 com, 8,6 mil casos. Neste ano, se concentra em São Paulo – no Estado, os casos subiram de 16, em todo o ano de 2023, para 139 entre janeiro e o início de junho em 2024, a maioria na capital.
Na região, o LIBERAL questionou as prefeituras sobre se teria havido notificação da coqueluche nos últimos cinco anos. Americana e Santa Bárbara informaram que não. Em Americana, a Vigilância Epidemiológica chegou a investigar três casos neste ano, todos descartados.
Vacinação na região
A Prefeitura de Americana informou que houve uma divulgação da Vigilância Epidemiológica junto à Secretaria Municipal de Educação e Diretoria de Ensino, responsável pelas escolas estaduais, sobre a vacinação.
Segundo a administração, a vacina está disponível nas UBSs. Profissionais da Educação que busquem a vacinação precisam apresentar um comprovante de que atuam na área, além da carteira de vacinação.
Em Santa Bárbara, a prefeitura afirmou que, atendendo a recomendação do ministério, ampliou a indicação da vacina, em caráter excepcional e temporário, para trabalhadores que atuam em berçários e creches, com atendimento de crianças de até 4 anos, e para profissionais como doulas em acompanhamento de gestantes.
Em Hortolândia, a recomendação é a mesma para os profissionais da Educação. Assim como em Santa Bárbara, as vacinas estão disponíveis nas UBSs.
O QUE É A COQUELUCHE
Infecção respiratória causada por bactéria pode afetar, principalmente, os bebês e crianças de até 4 anos
Transmissão
Acontece, principalmente, pelo contato direto, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
Sintomas
Mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa são os principais. Mas a tosse pode se intensificar e até mesmo comprometer a respiração ou provocar vômito ou cansaço extremo. As complicações envolvem infecções de ouvido, pneumonia, parada respiratória, desidratação, convulsão, lesão cerebral e até morte. Os sintomas duram de seis a 10 semanas, em média.
Tratamento
O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.
Prevenção
A vacinação, com reforços periódicos, é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades.
Fonte: Ministério da Saúde