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ELEIÇÕES 2024

Pascote promete tarifa zero no transporte de Americana com aumento gradual de subsídio

Proposta foi apresentada no último dia das sabatinas do Grupo Liberal; atualmente, prefeitura transfere R$ 1,2 milhão para a Sou Americana

Por Gabriel Pitor

28 de setembro de 2024, às 08h00 • Última atualização em 28 de setembro de 2024, às 08h47

Candidato a prefeito de Americana, Ricardo Pascote (União Brasil) promete implementar o transporte público gratuito com o aumento gradual do subsídio mensal pago à Sou Americana, empresa responsável pelo serviço de transporte coletivo na cidade. Atualmente, a prefeitura transfere R$ 1,2 milhão para a concessionária com a finalidade de manter o valor da passagem em R$ 4,70.

A proposta foi apresentada nesta sexta-feira (27), no último dia das sabatinas do Grupo Liberal, que entrevistou todos os postulantes ao cargo máximo das administrações de Americana e Santa Bárbara d’Oeste. Todas as edições foram ao ar nas rádios Zé (FM 76,3) e Gold (FM 94,7) e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Pascote tem 63 anos, é engenheiro e nunca participou de eleições – Foto: Leonardo Matos/Liberal

O subsídio é um montante que o Executivo destina à companhia responsável pelo transporte coletivo para custear parte da tarifa paga pelos passageiros. Isso é feito para evitar que a empresa aumente o valor da passagem, ou seja, repasse os gastos do serviço para os usuários.

A ideia do candidato é aumentar gradualmente esse repasse, conforme disponibilidade de orçamento da prefeitura, até chegar ao ponto do transporte público se tornar gratuito.

Pascote tem 63 anos e nunca participou de eleições. É mestre em engenharia de produção pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), empresário do setor imobiliário e também atua profissionalmente como consultor em desenvolvimento de projetos de geração de energia.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

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LIBERAL | Se o senhor for eleito prefeito de Americana, qual vai ser a sua primeira medida?

Como primeira medida seria tirar o Chico [Sardelli] da prefeitura, né? Já a segunda, vou estudar toda a parte financeira e de contratos da prefeitura, porque a partir disso eu posso reorganizar Americana. Todas as reclamações existentes hoje são oriundas de contratos malfeitos, contratos ‘leoninos’, que terão de ser revistos. Além de fazer uma reanálise financeira para ver onde que nós vamos readequar o dinheiro da prefeitura.

LIBERAL | O senhor foi anunciado como pré-candidato bem perto do período eleitoral, e chamou atenção a aparição do seu nome, já que o senhor não tem um histórico na política. Como foi costurada a sua candidatura? E qual é a sua relação com a política americanense?

Sou americanense da gema. Meu bisavô já era daqui, então tenho uma ligação com Americana muito longínqua. Mas o que ocorreu foi uma série de coincidências. Estava planejando um novo negócio para Americana, mas estava lamentando comigo mesmo sobre as dificuldades, as burocracias que existem aqui no desenvolvimento de novos negócios. Coincidentemente, tocou meu telefone, uma pessoa me convidou. A gente está sempre naquela situação: vamos reclamar ou vamos levantar as nádegas da cadeira para fazer alguma coisa? Teve o convite, uma reunião, fizemos um acerto e eu aceitei.

LIBERAL | Nós sabemos que o senhor tem o apoio do ex-prefeito Omar Najar (MDB) e do ex-deputado Vanderlei Macris (PSDB). Como que foi a aproximação com essas duas figuras?

Os apoios foram uma condição que me levou à decisão, porque entrar de primeira sem um apoio ficaria um pouco difícil. A princípio existiu aquela dúvida se Omar iria sair ou não, e ele precisava de um vice. Negociamos e no fim ele decidiu não sair e apontou que eu seria o candidato.

LIBERAL | O senhor é menos conhecido do que os outros candidatos, inclusive nas redes sociais, que são um meio bem útil para a propagação de propostas. Qual estratégia tem adotado para aumentar sua popularidade até o dia das eleições?

Dei uma paralisada no meu dia a dia do trabalho e fui às ruas. Estamos divulgando por meio da internet. Mas o fato de não ser conhecido, de ser novo, é uma grande vantagem para mim, porque o que eu tenho encontrado nas ruas é uma grande rejeição da classe política e eu sou o novo. Fiz engenharia, tenho toda a minha formação em administração e gestão empresarial. Isso faz com que a gente identifique na prefeitura diversas falhas, berrantes aos nossos olhos, que podem ser resolvidas com uma boa gestão.

LIBERAL | Mas como o senhor tem sido recebido pelas pessoas? O senhor encontra algum tipo de resistência?

Não encontro, muito pelo contrário. Nós estamos aí com 45 dias de campanha e as pessoas perguntam se sou o engenheiro. Sou a terceira via que todos querem saber, porque as pessoas querem uma alternativa do que está aí, afinal de contas temos outros dois candidatos de esquerda. Sou o único candidato de direita.

LIBERAL | O senhor se coloca como o único candidato de direita. Porém, o Omar Najar e o Vanderlei Macris, quando declararam apoio ao senhor, falaram em uma terceira via, uma alternativa à polarização. Então por que tentar se mostrar como o candidato da direita?

Para não haver dúvida. Sou de direita. Os meus princípios são de direita. Sou contra o aborto, sou contra as drogas, mas não é por isso que deixo de olhar para o social. Não vou conseguir desenvolver esse perfil extremado. Quem me conhece, sabe do meu equilíbrio. Sempre fui muito bom de política, de conversar.

LIBERAL | Quando o senhor se recusou a participar do debate do Grupo EP, houve duas justificativas: a ausência do atual prefeito Chico Sardelli e que não havia cenário para uma discussão saudável com a candidata Maria Giovana, por conta da ideologia dela. No entanto, se for eleito, o senhor terá de lidar com uma cidade com pessoas de diferentes ideologias, inclusive parecidas com a dela. Como será o diálogo com essa população que tem uma linha diferente de pensamento?

Nesse caso você já está me colocando na extrema-direita, mas eu não sou. Tenho uma capacidade de diálogo tranquilamente. Não sabíamos como que iria ser [no debate]. Não havia interesse algum em um embate com Maria Giovana, mas sim, diretamente com o prefeito atual, que deveria dar uma série de satisfações da situação que está a cidade hoje. Ele se recusou e nós optamos em não ir.

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LIBERAL | No seu plano de governo, o senhor fala em implementar a gestão compartilhada interna do Hospital Municipal. Como seria isso? E como o senhor pretende também cumprir a promessa de aumentar o número de leitos de forma imediata?

O número de leitos seria fácil fazer. A forma compartilhada teríamos de discutir mais sobre a saúde de Americana, que está sendo apontada como um dos grandes problemas. Pretendo reanalisar o contrato com a empresa atual e discutir essa situação, porque do jeito que está, impossível. Sou favorável à terceirização de certos serviços, porque acho que o especialista é quem tem de fazer a gestão. Porém, na saúde, como vou terceirizar se uma empresa visa lucro? Quer dizer, quanto mais ela economizar, mais ela vai lucrar e economizar em procedimentos. Isso é risco de vida.

LIBERAL | O senhor também promete a construção de um novo Hospital Infantil André Luiz em anexo ao Hospital Municipal, um Hospital Veterinário Público, quatro Unidades Básicas de Saúde, uma UPA no Zanaga e cinco escolas das pessoas com autismo. Como viabilizar e manter todas essas estruturas?

O Hospital André Luiz muita gente pergunta sobre o local que era antes, porém o André Luiz não é um local. Ele era uma ideia que sempre atendia as crianças. Nós vamos adaptar essa nova estrutura no HM (Hospital Municipal). Quanto à toda a estrutura, estou conversando com uma equipe de saúde e estamos estruturando toda a sequência da implantação do nosso plano de governo. Temos os custos aqui e são viáveis: R$ 101 milhões. É uma questão de projeto e vamos desenvolver isso aí.

LIBERAL | O senhor fala em trocar o modelo de gestão do DAE (Departamento de Água e Esgoto). O que seria essa mudança?

O DAE é um cabide de emprego, né? Vou transformar o DAE em uma S.A [Sociedade Anônima]. Isto é, 99% da prefeitura e 1% da iniciativa privada. A diferença é a gestão. Vou eleger um presidente e ele vai trabalhar sobre as leis da S.A. Se ele sair do perfil, do objetivo que é o DAE, ele é responsabilizado.

LIBERAL | E quais são as suas ideias para a questão da falta d’água na cidade? No seu plano, o senhor fala em apresentar um plano de substituição de redes? O que seria?

O DAE tem de ser refeito. Não adianta trocar a rede se eu não puser as válvulas reguladoras de pressão. Existem dois tipos de pressão: dinâmica e estática. A dinâmica é durante o dia, que a água está fluindo, ela não traz problema. À noite vem a estática, quando param de consumir e a pressão vai subindo. De manhã, dá impressão que choveu com os asfaltos molhados. Temos de rever as instalações de Americana inteirinha.

Candidato do União Brasil encerrou o ciclo de sabatinas do Grupo Liberal – Foto: Leonardo Matos/Liberal

LIBERAL | O senhor promete implementar o transporte público gratuito de forma gradual. Como seria feito isso? E qual é o valor necessário de subsídio para garantir essa gratuidade?

O transporte público também é alvo de grande reclamação. São linhas lotadas. Muitas vezes uma senhora fica parada no sol mais de 30 minutos esperando e quando o ônibus chega, já está lotado. Muita reclamação que as linhas não chegam a todos os lugares. Americana tem uma tarifa de R$ 4,70, não é barata, é média a alta. Nós temos um subsídio da prefeitura para estas linhas de R$ 1,5 milhão por mês. Sabe quanto isso representa? 50% do custo. E se eu reorganizar isso e começar gradativamente subsidiando mais? Se eu começar a dar transporte coletivo de graça dá impressão que é uma ideia de esquerda, né? Mas ela não é, porque vou fomentar o mercado, fomentar o comércio. Vou aliviar a carga do comerciante, do empresário e esse custo já existe na cidade. Eu pago metade. Vamos experimentando, vamos ver como a cidade comporta, como é que as finanças se comportam.

LIBERAL | Há várias obras viárias de alto custo no seu plano de governo, como um viaduto entre a Avenida Paulista e a Rua Rui Barbosa, um viaduto entre o Jardim Glória e o Terramérica, duplicação da Estrada Ivo Macris, duplicação do Viaduto Centenário, continuidade da Avenida Iacanga até Nova Odessa, um anel viário na SP-304 e 100 quilômetros de ciclovia. Como planeja executar todas essas ideias?

Esse viaduto da Paulista para a Rui Barbosa é extremamente necessário. Quanto custa? Em torno de R$ 8 milhões. Quanto tempo faço? Lentamente, quatro anos. Mais rápido, dois anos. Então me dá R$ 2 milhões por ano, Americana consegue. Para isso tem [dinheiro]. Um viaduto desse aliviaria o trânsito do Centro da noite para o dia. A duplicação da Ivo Macris tem de ser feita junto ao Estado, mas ela é necessária e como atende a outras cidades teríamos de entrar em uma composição.

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