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Favela

Número de famílias na Favela do Zincão cresce 12% na pandemia

Quantidade de barracos saltou de 168, em março de 2020, para 189, em novembro do ano passado; prefeitura vê situação com "extrema preocupação"

Por Ana Carolina Leal

19 de janeiro de 2022, às 08h00 • Última atualização em 19 de janeiro de 2022, às 09h04

O número de famílias na favela do Zincão, no Parque da Liberdade, em Americana, aumentou 12,5% durante a pandemia da Covid-19. A quantidade de barracos saltou de 168, em março de 2020, para 189, em novembro do ano passado.

Prefeitura disse que tem preocupação em minimizar condições precárias – Foto: Claudeci Junior / Liberal

Os números constam em resposta da Secretaria de Habitação do município a um requerimento protocolado pela vereadora Professora Juliana (PT). No documento endereçado à prefeitura, a parlamentar solicita uma série de informações sobre a situação da ocupação de moradias.

Segundo consta na resposta, até o momento, 147 famílias já foram entrevistadas pelas equipes da administração municipal e a maioria informou que se instalou na favela por conta de dificuldades econômicas.

É o caso da diarista Rosangela, 47 anos. Desempregada e há seis meses sem pagar o aluguel, ela se mudou para o Zincão. “Trabalhava em um hotel, mas devido a pandemia perdi o emprego. Vendi tudo que tinha para acertar um pouco da dívida do aluguel e sair do imóvel. Cheguei a dormir na casa de conhecidos, passei fome, até que me instalei aqui [refere-se a favela]”, disse.

Atualmente, ela está se mantendo com o que recebe pelo trabalho de diarista.

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Das 147 famílias entrevistadas pela prefeitura, 27 relataram ser de Santa Bárbara d’Oeste e 16 informaram ser de outras cidades.

“A pandemia gerou uma crise econômica muito grave. Muita gente perdeu o emprego e, sem o devido auxílio, ficou sem condições de pagar o aluguel e as contas da casa. E o aumento no número de famílias no Zincão é um indicativo disso. Esperamos que as tratativas avancem no sentido de garantir direitos básicos urgentemente e moradia digna a essas famílias”, avaliou Professora Juliana.

Ao LIBERAL, a administração municipal afirmou nesta terça-feira que “há extrema preocupação por parte da prefeitura no sentido de minimizar as condições precárias dessa ocupação clandestina”.

Prefeitura disse que tem preocupação em minimizar condições precárias – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Em nota, o Executivo enfatizou que o período marcado pela pandemia, de aproximadamente dois anos, impediu avanços nos levantamentos e triagens das famílias que residem na ocupação, o que só pode ser feito recentemente com o envolvimento das secretarias de Habitação e Saúde e outros setores.

“Resta agora, finalizar o levantamento, uma vez que algumas famílias não foram localizadas ou se negaram a prestar informações, e traçar junto à todas as secretarias envolvidas, planos e estratégias para, concretamente, resolver a situação”, diz a nota.

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