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Americana

Na pandemia, brasileiros recorrem mais a práticas e terapias alternativas

As práticas mais procuradas pela população foram a meditação, plantas medicinais, reiki, florais e homeopatia

Por Maria Eduarda Gazettta

01 de agosto de 2021, às 11h31 • Última atualização em 04 de agosto de 2021, às 18h49

Professora de yoga e proprietária do estúdio 108 Yogashala diz que em 2020 registrou um aumento de 60% nas matrículas - Foto: Ernesto Rodrigues - O Liberal.JPG

Mais da metade da população brasileira (61,7%) recorreu à meditação, fitoterapia, reiki, aromaterapia, yoga, homeopatia e outras Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19. Isso é o que aponta a pesquisa PICCovid – Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19, da Fiocruz.

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De acordo com dados complementares da pesquisa, apresentados na quinta-feira, 63,4% dos habitantes da região Sudeste recorreram às PICs. As práticas mais procuradas pela população foram a meditação, plantas medicinais, reiki, florais e homeopatia.

A professora de yoga e proprietária do estúdio 108 Yogashala, em Americana, Júlia Pacheco, diz que em 2020 registrou um aumento de 60% nas matrículas de alunos interessados na meditação.

“Muitas pessoas me procuraram porque estavam em ‘lockdown’ fazia vários meses, estavam ‘pirando’, se sentindo esgotadas e com muita ansiedade. O feedback que tenho recebido dessas pessoas é que hoje estão dormindo bem melhor, com menos ansiedade e estão conseguindo gerenciar as emoções”, contou ao LIBERAL.

Ainda de acordo com Júlia, muitos alunos procuraram a prática para alongar o corpo por conta do trabalho em casa, o chamado home office, sem ser acompanhada de atividade física.

A empresária de 27 anos, Jhenifer Dundes é uma das pessoas que encontrou na yoga e no reiki o equilíbrio para passar pelo período de pandemia.

“Infelizmente, vivemos em um momento muito delicado, que afeta nosso emocional. Posso dizer com propriedade que a terapia foi muito poderosa”. De acordo com ela, a sua disposição melhorou, além de auxiliar na sua respiração e desacelerar.

Cabeleireira há 11 anos, Flávia Telles sempre gostou de ouvir as clientes para trocar experiências. Com a diminuição na procura pelos seus serviços no primeiro ano de pandemia, decidiu fazer o curso de reiki, aromaterapia, tarô terapêutico e deu início a uma faculdade de Práticas Integrativas e Complementares.

De acordo com Flávia, 70% dos casos que atende no espaço Quiron Terapias, no bairro Jaguari, em Americana, são sobre problemas agravados durante a pandemia da Covid-19, como fins de relacionamentos e problemas pessoais mal resolvidos.

Zina Sandra Covesi, leitora de tarô há 27 anos, diz que a procura pelos seus serviços aumentou em 70% em 2020, se comparado aos outros anos. “O isolamento que a pandemia nos obrigou e a incerteza do futuro são as causas que as pessoas recorreram ao tarô”, comentou.

Leitora de tarô há 27 anos, diz que a procura pelos seus serviços aumentou em 70% em 2020 – Foto: Ernesto Rodrigues – O Liberal.JPG

Ainda de acordo com Zina, que atende no bairro Brieds, ela foi procurada para benzer à distância aqueles que estavam internados e, até mesmo, intubados por conta do coronavírus.

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PESQUISA. O inquérito epidemiológico, feito de forma digital, ouviu 12.136 pessoas de 24 de agosto a 16 de dezembro de 2020, sob coordenação do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS/Fiocruz) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (FMP/Unifase).

“Trata-se de uma proporção expressiva, acima do revelado em pesquisas anteriores e, sobretudo, indicativa da ampliação do autocuidado, que pode ter sido estimulado pelo isolamento social e busca de alternativas para aliviar o estresse”, explicou o pesquisador na publicação da pesquisa, Cristiano Siqueira Boccolini, do Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Icict, coordenador do estudo.

Segundo ele, levantamentos feitos antes desse inquérito apontavam que o uso das PICS era comum entre 5,2% dos brasileiros.

Correção: esta matéria foi alterada no dia 4 de agosto de 2021 para corrigir o nome do espaço Quiron Terapias

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