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tragédia

Moradores da região atuam em ações de resgate de animais no Rio Grande do Sul

Em menos de uma semana de atividades, grupo conseguiu resgatar 70 animais que foram levados para abrigos

Por Cristiani Azanha

14 de maio de 2024, às 07h44

Para os ativistas da causa animal, todas as vidas importam, independentemente se precisam subir no telhado ou atravessar o “mar” formado após a cheia do Lago Guaíba, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O Governo Federal estima que 66 mil pessoas e 8 mil animais foram resgatados, mas ainda não há uma estimativa de quantos precisam ser salvos.

Roberta Lima com cão resgatado de barco, em Canoas (RS) – Foto: Cadeia para Maus-tratos/Divulgação

A moradora de Americana, Roberta Dias Lima, e o vereador de Sumaré, Alan Leal (PRD), que fazem parte da iniciativa Cadeia para Maus-Tratos, idealizada pelo deputado federal Delegado Bruno Lima (PP), estão no Sul desde o último dia 6. Em menos de uma semana de atividades, eles conseguiram resgatar 70 animais com a ajuda do restante do grupo.

A previsão de retorno deles é nesta terça (14), caso não decidam estender as atividades por mais alguns dias.

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Para eles, o cenário é de guerra. Em vários trechos da cidade, o único transporte possível é por meio de barcos ou motos aquáticas. E ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, o grupo afirma que os moradores resgatados não tiveram a chance de levar seus pets.

Roberta menciona que no primeiro resgate, somente as pessoas foram socorridas e não tiveram a oportunidade de levar seus cães e gatos.

“Os socorristas, no primeiro momento de resgate, disseram que apenas iriam levar moradores. Alguns foram retirados das casas com água no pescoço. Apesar de todo o esforço, não foi possível salvar todas as pessoas. Outro grupo viu o corpo de um homem boiando, também encontramos cavalos e cães que não conseguiram escapar. O que vemos por aqui é muito pior do que a imprensa mostra. São imagens assustadoras”, afirma Roberta.

ILHADO

Entre os resgates que marcaram sua memória está a retirada de um cão da raça chow chow que ficou “ilhado” em cima do pilar de um muro. O animal estava exausto e ela não sabe por quanto tempo aguentaria ficar ali.

“Lembro também da retirada de um cachorro de pequeno porte e de um pit bull que estavam isolados no segundo andar de uma residência. Tivemos que subir no telhado para ter acesso aos animais. O olhar do pit bull me marcou, parecia que sabia que estava sendo salvo”, relata a ativista.

O vereador disse que vários abrigados pediam para que o grupo resgatasse seus animais. “Teve um senhor de 80 anos que estava na água e tentava chegar até sua casa, pois tinha trancado seus quatro animais no piso superior. Nós o levamos até a residência dele de barco. Quando chegamos, dois animais já estavam mortos e outros dois conseguimos salvar.”

Outro momento chocante para Alan foi o resgate feito na casa de um acumulador, onde havia 40 cães. “Eles estavam famintos. Encontraram um dos animais apenas com metade do corpo, pois possivelmente foi devorado pelos demais.”

ABRIGO

Os ativistas da região relatam que estão ficando na casa de moradores que não foram atingidos pelas enchentes, mas estão sem fornecimento de água e energia elétrica.

Com relação aos animais, foram montados dois abrigos de grande porte. Um deles fica na sede da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), onde os abrigados e seus pets podem ficar juntos.

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