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Americana

Inquérito analisará óbitos de pacientes que utilizaram respiradores no HM

Até o momento, não há indícios que relacionem falecimentos aos aparelhos; no total, serão levantados dados sobre 13 mortes

Por Marina Zanaki

24 de agosto de 2021, às 07h41 • Última atualização em 03 de outubro de 2021, às 07h46

Pronto-atendimento Covid-19 no Hospital Municipal: saúde diz que não há evidências de relação entre equipamentos e mortes - Foto: Ernesto Rodrigues - O Liberal

Todos os pacientes que utilizaram os respiradores da Ventmed no Hospital Municipal de Americana e faleceram terão os prontuários levantados para investigação. Segundo o MP (Ministério Público) de Americana, que apura denúncias relacionadas aos aparelhos, a medida foi adotada após sugestão da Vigilância Sanitária Estadual e e conta com acompanhamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além do próprio MP.

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Segundo a promotoria e a prefeitura, até o momento não há informações que apontem que os óbitos ocorreram em função de problemas com os respiradores.

A Diretoria Técnica do Hospital Municipal de Americana foi acionada para realizar um relatório pela Comissão de Prontuário e Óbito, especificando as circunstâncias de falecimentos de todos os pacientes que usaram os respiradores entre 12 e 30 de junho.

Segundo consta em relatório da Anvisa sobre o caso, estão sendo solicitadas informações sobre 13 óbitos. Também está sendo investigado “efeito adverso”, que segundo o hospital se refere ao fato de que alguns pacientes precisaram substituir o respirador Ventmed por outro aparelho mecânico.

Promotor de Justiça que investiga o caso, Clóvis Cardoso de Siqueira sinalizou que deve pedir abertura de inquérito policial.

“Ainda não há nada conclusivo nesse sentido, a relação entre a morte e os defeitos dos aparelhos poderá ser melhor apurada em sede de inquérito policial, que certamente irei requisitar para a apuração dos fatos, com oitiva de todas as pessoas envolvidas”, explicou.

A Secretaria de Saúde disse que “não há nenhuma evidência que os pacientes tenham falecido pelo fato de terem usado exclusivamente o equipamento da referida empresa, pois todos que apresentaram problemas foram substituídos”.

GRAVIDADE. Segundo a pasta, os pacientes evoluíram para óbito por conta da gravidade da doença, pois observou-se que os exames de imagem demonstram um comprometimento significativo da atividade pulmonar.

O pasta ressaltou que a apuração ainda está ocorrendo, com análises das comissões de óbito e de prontuário do HM. “A Diretoria Técnica do Hospital Municipal, responsável pelas comissões de óbitos e prontuários, solicitou dilação do prazo para a conclusão das análises dos prontuários. O pedido se dá devido a extensão do trabalho”, explicou a Secretaria.

A Vigilância Sanitária Estadual confirmou que participou de vistoria conjunta, em julho, aos respiradores do HM. “Doze equipamentos que apresentaram problemas técnicos foram interditados. O Estado segue auxiliando nas investigações”, disse o órgão.

A empresa Intology, responsável pela marca Ventmed, disse que é apenas a distribuidora e que vai comentar após o final das apurações administrativas.

A Avante, que vendeu os equipamentos à prefeitura, disse que não teria condições de fazer comentários sobre a apuração dos óbitos, uma vez que não têm acesso à investigação e não são os detentores da licença. A fabricante World Life foi procurada ontem, mas não respondeu.

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