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Ato de coração ❤️

Helicóptero que pousou em escola de Americana buscou órgãos de menino de 13 anos

Emanuel Sarmento Silva faleceu na terça-feira vítima de um AVC e pais autorizaram doação de órgãos para possibilitar esperança para outras famílias

Por Maria Eduarda Gazzetta

04 de fevereiro de 2022, às 07h34 • Última atualização em 04 de fevereiro de 2022, às 09h12

Os pais de Emanuel Sarmento Silva, de 13 anos, decidiram levar esperança para outro jovem ao autorizar a doação do coração do filho, que faleceu na última terça-feira, no Hospital São Lucas, em Americana.

Família de Emanuel Sarmento Silva decidiu pela doação de órgãos do garoto, vítima de um AVC – Foto: Reprodução

O órgão de Emanuel foi levado pelo helicóptero Águia da PM (Polícia Militar), na tarde de quarta-feira, ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) para ser transplantado. A aeronave pousou no campo do Colégio Dom Bosco, em Americana, conforme noticiado pelo LIBERAL nesta quinta-feira.

A reportagem conversou com a mãe do menino, Carmelita Sarmento Silva, de 51 anos, que relatou que a vida dela e de toda a família, moradora de Sumaré, mudou completamente há cerca de uma semana.

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Ela relatou que o filho, o caçula de outros dois, ligou para ela no trabalho, na tarde da quarta-feira, 26, dizendo que estava com dor nos olhos, na cabeça e que também não conseguia mexer as pernas.

Junto com o marido e pai de Emanuel, José Juliano Silva, de 51 anos, Carmelita foi com filho para o Hospital São Lucas. De acordo com relatos dela, às 20 horas do mesmo dia, Emanuel deu entrada no centro cirúrgico com suspeita de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

“É um caso raro. Ele era muito saudável, não sabíamos que ele tinha uma veia com má formação, que levou a esse quadro”, comentou a mãe.

Helicóptero da PM levanta voo do campo do Colégio Dom Bosco, na última quarta, levando coração de Emanuel – Foto: Lucas de Souza / Dom Bosco / Divulgação

Ainda de acordo com ela, os outros dois filhos, de 19 e 25 anos, devem passar por exames nos próximos dias para saber se também têm essa má formação.

Carmelita contou que a notícia se espalhou entre os fiéis da Paróquia Santa Teresinha de Sumaré, igreja que a família frequenta e onde Emanuel era coroinha. Uma corrente de oração chegou a ser feita pela recuperação do garoto.

“Depois da cirurgia os médicos já explicaram que só diriam a verdade. Meu coração de mãe, acreditava que um milagre poderia acontecer. Oramos muito para que isso acontecesse”, disse.

No fim de semana, os médicos deram início ao protocolo para saber se Emanuel tinha atividade cerebral. Após diversos exames, a família recebeu a notícia sobre a morte cerebral.

“Eu e meu marido conversamos, também falamos com nossos filhos sobre a possibilidade da doação dos órgãos. Eu lembro que minha irmã me disse: ‘assim como você está chorando pelo filho que você perdeu, tem uma mãe sorrindo pelo filho que vai ganhar’”, disse. “Como sabia que não tinha mais nada o que pudesse ser feito e sabia que a vontade de Deus havia sido feita, decidimos doar”, relatou Carmelita.

Além do coração, as córneas de Emanuel foram encaminhadas para um hospital de Sorocaba, o fígado para Ribeirão Preto, e o pulmão para um hospital particular de São Paulo.

“Ele era um menino maravilhoso, obediente, queria ser veterinário. Aqui em casa temos seis gatos e ele era o responsável por todos eles”, lembrou Carmelita.

Emanuel foi velado e sepultado na manhã desta quinta-feira no Cemitério da Saudade, em Sumaré.

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