07 de setembro de 2024 Atualizado 17:33

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

ECONOMIA

Gocap culpa ‘gigante cripto’ por dinheiro retido de clientes

Empresa localizada em Americana enfrenta ações na Justiça por parte de clientes, mas diz buscar solução junto à corretora Binance; entenda

Por João Colosalle

17 de dezembro de 2023, às 09h22

Maxciel Cavalheiro, CEO da Gocap - Foto: Marcelo Rocha/Liberal

A Gocap, empresa de intermediação de ativos com sede em Americana, alega que não tem conseguido pagar clientes investidores por culpa da corretora Binance, considerada a maior do mundo no mercado de criptomoedas.

A empresa americanense opera fazendo a ponte entre investidores e a compra de ativos como bitcoins. Na prática, os clientes dão dinheiro para a Gocap para que ela aplique em criptomoedas, sem prometer resultado, segundo a intermediadora. Este dinheiro é aplicado na Binance, que enfrenta escândalos financeiros nos Estados Unidos.

Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Em novembro, o CEO da corretora, Changpeng Zhao, renunciou em meio a problemas judiciais da corretora que envolvem acusações de violação de leis de combate à lavagem de dinheiro. O caso resultou em um acordo da Binance para o pagamento de multas de US$ 4,3 bilhões, além da renúncia do presidente.

Em julho, o LIBERAL revelou que clientes da Gocap estavam buscando a Justiça após não conseguirem sacar os valores aplicados dentro dos prazos contratuais. O caso foi parar na polícia e levantou suspeitas de golpe após a sede da empresa, na Rua Washington Luiz, no Centro de Americana, ser fechada.

Neste mês, o proprietário da Gocap, o empresário Maxciel Ferrero Cavalheiro, procurou pelo LIBERAL para explicar o que tem sido feito para resolver a situação e quais têm sido as dificuldades. Ele diz que está na cidade e negociando com os clientes.

Faça parte do Club Class, um clube de vantagens exclusivo para os assinantes. Confira nossos parceiros!

Segundo Maxciel, após a entrada em vigor e da regulamentação do chamado Marco dos Criptoativos, em junho, a Binance passou a impor novas condições para a liberação dos investimentos. Isso porque a nova legislação buscou dar mais rigor à segurança das operações com criptomoedas, para se evitar atividades como lavagem de dinheiro.

De acordo com o empresário, mesmo com os clientes entregando a documentação e buscando a verificação, a Binance continuou travando a liberação dos valores. Relatos na internet em sites como o Reclame Aqui apontam que a dificuldade para saques é recorrente, ainda que por motivos diversos. O LIBERAL tentou contato com a Binance, mas não houve retorno.

“É muito importante frisar que nem Gocap Inteligente, nem Max, nem dinheiro sumiram. Somos uma empresa séria, responsável, que está fazendo de tudo, trabalhando dia e noite para resolver os problemas regulamentatórios pontuais advindos da Binance, com a tomada de todas as providências cabíveis. Em breve tudo será devidamente resolvido”, comentou Maxciel.

A falta de solução tem levado clientes a processarem a Gocap. Segundo o escritório Santana Advogados Associados, que representa a empresa em ações cíveis, a Gocap tem apresentado defesa na Justiça e busca incluir a Binance nos processos para que ela se manifeste nos casos também.

Siga o LIBERAL no Instagram e fique por dentro do noticiário de Americana e região.

A Gocap diz ainda que tem proposto um cronograma de pagamentos aos clientes para que recebam de forma corrigida e atualizada.

Sede da Gocap, na região central de Americana – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Além da Justiça, clientes também procuraram a Polícia Civil, que informou ter aberto uma investigação sobre o caso. Questionada na sexta-feira sobre o andamento da apuração, não houve resposta.

“A empresa está tomando todas as medidas necessárias para conseguir fazer os saques na corretora e realizar os pagamentos. Além de estar se empenhando pessoalmente nisso, o CEO da empresa está à disposição das autoridades para colaborar e esclarecer tudo o que for necessário”, informaram os advogados Dinael de Souza Machado Júnior e William Oliveira, que representam a empresa na esfera criminal.

Publicidade