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Americana

Empresário de Americana narra história de vida marcada por bullying

CEO de empresa de tecnologia, Guilherme Utrabo Viana relembra dificuldades da infância para inspirar pessoas na luta contra a depressão

Por Jucimara Lima

27 de setembro de 2021, às 11h49 • Última atualização em 27 de setembro de 2021, às 11h50

Quem olha a foto de Guilherme Utrabo Viana, de 34 anos, não imagina o quanto sua caminhada foi tortuosa até chegar a CEO de sua própria empresa de tecnologia.

Guilherme sentia vontade de compartilhar sua batalha para inspirar outras pessoas – Foto: Erich Sacco / Neopix Fotografia

Assim como milhões de pessoas em todo mundo, Guilherme precisou lidar durante muito tempo com a depressão, e, infelizmente, chegou a atentar contra a própria vida.

Como nosso conteúdo visa mostrar notícias que inspiraram e histórias de superação fazem parte desse contexto, vamos aproveitar o último final de semana do mês da campanha Setembro Amarelo, cujo objetivo é o combate ao suicídio, para contar a história de Guilherme, que tem um final feliz e inspirador.

Nascido em Americana, o empresário é de uma família humilde, cresceu no tradicional bairro Antônio Zanaga, sempre estudou em escolas públicas e sofria bullying na infância, entre outras coisas por ser uma criança obesa, problema que ele só superou aos 31 anos após uma bariátrica. “Eu
sempre era o último a ser escolhido em jogos de futebol”, recorda.

Além das questões psicológicas que o bullying lhe causou, aos 12 anos perdeu o pai e, pouco tempo depois, uma irmã. Nessa época, Guilherme se viu obrigado a ajudar a mãe no restaurante arrendado da família, situação que de uma certa forma acabou roubando um pouco de sua infância e contribuiu para ele crescer como uma pessoa cheia de conflitos internos.

“Em geral, as pessoas associam depressão a um sentimento de tristeza. Mas, na prática, a depressão pode se manifestar como uma indiferença. Falta de vontade de fazer coisas básicas”, relata ele, cujo estopim foi o desenvolvimento da síndrome de Burnout, distúrbio emocional causado pelo esgotamento profissional.

“Mesmo estando casado e em um emprego estável, era insatisfeito. Não tinha motivação e empurrei minha vida durante 10 anos porque acreditava ser o que a sociedade julgava ideal. Nessa época, os antidepressivos não faziam mais efeito, então, em novembro de 2019, tentei tirar a minha vida”.

O recomeço

Apesar de conviver com a depressão durante toda vida, Guilherme conta que histórias de empreendedorismo, especialmente relacionadas à tecnologia, sempre chamavam sua atenção. Sendo assim, foi nisso que ele se apegou para recomeçar.

“Já que continuei vivo, decidi viver de acordo com o que eu achava certo e não mais como a sociedade esperava de mim. Essa decisão foi libertadora”, relata.

Guilherme teve caminhada tortuosa até chegar a CEO de sua própria empresa de tecnologia – Foto: Erich Sacco / Neopix Fotografia

Munido de coragem para recomeçar, Guilherme se divorciou, pediu demissão e voltou as energias para a criação da própria empresa. Atualmente, além de estar à frente do próprio negócio, a Alliv – uma plataforma de dados de prospecção comercial -, ele é noivo e se considera finalmente satisfeito com a vida que leva. “Muitas mudanças foram necessárias, mas hoje vivo a vida que desejo viver”.

Conselho

Para quem também está passando por um momento difícil, Guilherme aconselha. “Tenha uma rede de apoio, procure ajuda. Existem clínicas populares com especialidade de psiquiatria que podem auxiliar com um custo acessível. Por fim, escute suas próprias necessidades, ninguém pode fazer isso por você”.

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