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ABASTECIMENTO

Em dia de calor recorde, Americana tem falta d’água e fila em poços

Válvula estourou e atrasou interligação de nova captação de água do Rio Piracicaba, deixando a cidade totalmente desabastecida

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08 de outubro de 2020, às 08h23

Com os termômetros registrando calor recorde na cidade, Americana sofreu com a falta de água nesta quarta-feira, pelo segundo dia consecutivo, por conta do atraso na conclusão da interligação da nova captação de água bruta do Rio Piracicaba.

Com a cidade desabastecida, a população recorreu aos poços artesianos. O LIBERAL percorreu as unidades e constatou filas de mais de 40 pessoas nos poços do Jardim Brasil e da Cidade Jardim.

Poço do Mathiensen: sem água em casa, população formou filas nos poços artesianos de Americana – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O serviço de interligação entre a atual estrutura de captação de água e a nova foi iniciada pelo DAE (Departamento de Água e Esgoto) às 6 horas de terça-feira. A obra chegou a ser concluída no mesmo dia e o bombeamento iniciado por volta das 21h30.

Entretanto, uma válvula de interligação da nova captação se rompeu. Foi necessário esvaziar a adutora (tubulação) de água bruta para retirar a água que inundou a caixa de comando da nova captação.

Também foi preciso remover cerca de 54 parafusos para a instalação de uma flange cega, um “tampão”, para conter o vazamento. O serviço foi realizado pela empresa terceirizada Artec, que era responsável pela obra.

De acordo com o superintendente do DAE, Carlos Cesar Gimenez Zappia, o motivo técnico que levou a válvula ao rompimento ainda é desconhecido. A peça era nova e será avaliada para identificar a origem do problema.

“Essa peça passou por testes de bancada, acompanhado pelos engenheiros e estava apta a ser colocada. Algum problema levou ela a não resistir ao impacto ou aos esforços exigidos pela nossa estrutura antiga de captação”, explicou Zappia.

Após concluir o reparo, o bombeamento foi retomado no início da tarde desta quarta. Os primeiros relatos de moradores indicavam que a água começou a chegar em algumas regiões no final da tarde. A estimativa é de que o abastecimento se estabilize na cidade em até 48h.

“Depende muito do consumo, da situação até do tamanho reservatório nos bairros para que ele atinja o ideal e abasteça. O calor é um grande empecilho para a gente porque ele faz com que as pessoas consumam água de forma indevida, de forma exagerada”, comentou Zappia.

Todas as sete obras paralelas que o DAE realizou na terça-feira foram concluídas sem imprevistos. O superintendente lamentou o atraso na captação.

“Deu problema na peça e isso causou um transtorno gigante. Não só para o DAE, porque ela foi realizada pela empresa construtora da captação, mas também para a cidade toda que não pode ter água recuperada no período noturno na noite passada. Nós estamos muito tristes com tudo que aconteceu, mas em contrapartida conseguimos voltar e estamos abastecendo”, garantiu Zappia.

Filas nos poços

Funcionário de uma pamonharia, Vitor Barbosa Ferreira, 18, foi duas vezes até o poço do Jardim Brasil nesta quarta-feira para garantir água para o trabalho.

“Tem que usar água na produção e também para lavar os equipamentos que a gente usa lá. Hoje de manhã fui abrir a caixa d’água e já não tinha mais nada”, contou.

Já a dentista Marta Ribeiro, 50, afirmou que a interligação da nova captação de água piorou um problema que já era crítico no Cidade Jardim. Moradores da região relatam falta d’água durante o dia inteiro há pelo menos 15 dias.

“Volta só de madrugada, lá pela 1h. Aí fica até às 6h, mais ou menos, e já acaba. Nossa rotina é essa, todo dia vindo pegar água. Essa noite não veio e tivemos que vir pegar mesmo [no poço] porque se não, não vai ter água para nada”, lamentou Marta.

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