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Americana

Dupla que salvou jovem de afogamento em piscina relata o resgate

Vizinhos que ajudaram garota que teve cabelo preso em ralo de piscina contam o que viveram até a chegada dos bombeiros

Por Leonardo Oliveira

17 de outubro de 2019, às 07h57 • Última atualização em 17 de outubro de 2019, às 15h23

“Foi uma imagem muito chocante, ela não tinha sinal vital nenhum, totalmente imóvel dentro da água”. Foi assim que o comerciante Anibas Renato Moura encontrou a adolescente de 13 anos vítima de um afogamento na piscina da casa da tia dela, no Jardim Terramérica, em Americana, na noite da última segunda-feira. O estado clínico dela é estável, de acordo com o Hospital da Unimed, onde segue internada.

Ele e o autônomo Tiago – este pediu à reportagem para não ter o sobrenome mencionado – foram os responsáveis por socorrer a menina antes da chegada dos bombeiros.

Ambos estimam que ela tenha ficado, pelo menos, dez minutos sem respirar entre o afogamento e o momento em que os procedimentos de resgate tiveram efeito. “A gente não parou um minuto até o resgate chegar”, conta Tiago.

Foto: Leonardo Oliveira - O Liberal.JPG
Tiago e Renato ouviram griitos de socorro e foram até a casa onde a menina estava se afogando

Quando entraram no imóvel, viram a menina com o cabelo preso no ralo da piscina e os pés boiando. Enquanto Tiago a puxava pela parte inferior do corpo, Renato foi direto na cabeça, na tentativa de desgrudá-la da área de sucção.

“A nuca estava colada na parede da piscina. Tentei uma vez, não consegui, na segunda também não, na terceira eu juntei as duas mãos colocando pressão, foi aí que soltou e deu um barulho, tipo uma rolha”, detalha.

Depois de colocarem a menina fora da piscina, iniciaram os primeiros socorros. Durante cinco minutos Tiago flexionou as pernas dela em direção à barriga para retirar o excesso de água.

Pelo mesmo período, Renato fez respiração boca a boca e massagem cardíaca. “A hora que eu senti que ela deu a primeira aspirada e puxou, eu falei: ‘aqui tem vida’”, diz o comerciante.

O alívio, no entanto, só veio para eles depois que o Corpo de Bombeiros confirmou que ela estava respirando.

“Foi um alívio pra gente. Você tem que fazer aquilo porque só tem você e seu amigo junto, não tem ninguém disposto psicologicamente a ajudar. Deus colocou a gente lá para fazer o que a gente fez”, afirma Tiago.

No momento do incidente também estavam na casa a tia da menina e outros adolescentes da mesma idade. Eles até tentaram ajudá-la, mas decidiram pedir apoio, afirmam os vizinhos.

“Era quase 18h30, e eu ia sair aqui em casa para aguar as plantas, aí de repente escutei a vizinha gritando socorro. Larguei tudo e saí correndo pra frente da casa dela. Estava todo mundo nervoso, todo mundo gritando”, lembra Tiago.

Apesar de não terem visto o afogamento, os dois ouviram da tia que a vítima estava brincando na piscina com os pés para fora e fazendo movimentos de flexão.

O cabelo ficou grudado em um ralo em dado momento, puxando a menina para baixo, segundo eles.

Agora, os dois torcem pela recuperação da adolescente e já fazem planos para o seu retorno. “Vou querer que ela me abrace e se lembre que ela merece essa segunda chance, que ela faça algo na vida para poder ajudar alguém também. Vou levar essa menina até para andar de Fusca quando ela sair desse hospital”, destaca Renato, que é apaixonado por veículos antigos.

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