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DESDE JANEIRO

DIG prende suspeitos de integrar quadrilha que assalta e sequestra caminhoneiros

DIG de Americana prendeu dois homens acusados de integrar o grupo; em tentativa de roubo, um deles foi baleado pela vítima

Por Rodrigo Alonso

22 de junho de 2020, às 21h39 • Última atualização em 23 de junho de 2020, às 15h50

Dois homens foram presos nesta segunda-feira (22), acusados de integrar uma quadrilha que assalta e sequestra caminhoneiros na região.

Um deles, de 32 anos, levou três tiros de uma vítima nesta manhã, no Jardim Alvorada, em Americana. Ele está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HM (Hospital Municipal) Dr. Waldemar Tebaldi, sob escolta policial.

Caminhão que ladrões tentaram roubar nesta segunda (22) – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“O procedimento cirúrgico foi bem-sucedido. Parece que não corre risco de morte”, afirma o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, José Donizeti de Melo. O LIBERAL questionou a prefeitura sobre o quadro de saúde do ferido, mas não houve resposta.

Segundo a delegacia, a quadrilha é suspeita de ter cometido, pelo menos, seis assaltos com o mesmo modus operandi, desde janeiro, nos municípios de Americana, Campinas, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré.

Os ladrões chamavam o caminhoneiro para um serviço de frete, por meio do aplicativo FreteBras. Quando o motorista aparecia no local combinado, os assaltantes o rendiam e roubavam o caminhão.

Depois, os criminosos mantinham a vítima em cativeiro numa chácara, durante dois a três dias, enquanto o caminhão era levado para o Estado do Mato Grosso e, na sequência, para o Paraguai.

“À medida em que os motoristas eram roubados, eles eram mantidos nesse cativeiro até que o caminhão estivesse no destino. Só depois, eles [sequestradores] liberavam os motoristas”, conta José Donizeti.

Nesta segunda, numa tentativa de assalto, a vítima tomou a arma de um dos ladrões e disparou seis vezes contra ele. Três tiros acertaram o acusado, que foi levado por companheiros para o HM.

Suspeito baleado está internado no HM sob escolta policial – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Ao saber do ocorrido, a DIG, que investigava a quadrilha desde janeiro, se dirigiu até locais frequentados pelos bandidos – a delegacia já monitorava esses pontos. Em um dos endereços, a equipe encontrou um homem de 28 anos, que também teria participado da ação realizada no Jardim Alvorada.

Os dois suspeitos foram reconhecidos pelo caminhoneiro como autores do crime. José Donizeti indiciou ambos por roubo e formação de quadrilha.

Nesta segunda, a DIG averiguou, inclusive, uma das duas chácaras utilizadas como cativeiro pelo grupo. No imóvel, os policiais acharam 694 gramas de maconha e um litro de lança-perfume. A equipe também apreendeu um carro, uma moto, as duas armas usadas no crime, peças de roupa, capacetes e objetos que, aparentemente, pertencem às vítimas.

INVESTIGAÇÃO
O delegado estima que a quadrilha seja formada por, no mínimo, dez pessoas. A DIG começou a apurar os crimes cometidos pelo grupo após a prisão, na cidade de Miranda (MS), de dois homens que transportavam caminhões roubados na região.

De acordo com José Donizeti, em Americana e região, há um número “farto” de caminhoneiros que trazem cargas de todos os cantos do País e que, para retornar ao local de origem, aceitam fazer fretes. Essa situação motivou os ladrões a se estabelecerem na região, diz o delegado.

Drogas e objetos foram apreendidos durante a ocorrência – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

APLICATIVO
Nesta terça, em nota, a FreteBras pontuou que, para garantir a segurança dos usuários, faz a validação de todas as empresas que anunciam suas cargas na plataforma.

Há, ainda, uma área de ouvidoria focada em receber e tratar reclamações dos usuários. Empresas e caminhoneiros que não cumprem as políticas da plataforma são excluídos. A FreteBras também disponibiliza em seu site um vídeo tutorial com dicas para evitar fraudes.

A empresa recomenda que o usuário, por exemplo, “exija os dados da empresa que está ofertando a carga, como CNPJ, telefones e site; pesquise a empresa no Google e ligue para assegurar que a empresa existe, é idônea e que a carga publicada é verdadeira; suspeite de cargas que oferecem valores para transporte muito altos e fora dos padrões de mercado, bem como de produtos em rotas incomuns; e pesquise o endereço de coleta no Google Maps para confirmar sua existência e se não é uma região de alto risco”.

A FreteBras se solidariza com as vítimas e fica à disposição para quaisquer esclarecimentos, de acordo com a nota. A empresa aponta que “outras funcionalidades que contribuam com a segurança dos usuários, como um sistema de avaliação entre as partes, estão em desenvolvimento e serão lançadas em breve”.

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