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130 alunos

Colégio Drummond fecha as portas em meio à paralisação de professores

Em greve, escola na Av. Paulista, que tem 130 alunos, atribui problema a dificuldades financeiras e paralisação; salários e benefícios estão atrasados

Por George Aravanis

24 de setembro de 2019, às 07h55

Em meio a uma greve de professores iniciada nesta segunda-feira, o Colégio Drummond, em Americana, anunciou o encerramento de suas atividades. A unidade de ensino, antigo Colégio Universitário, fica na Avenida Paulista e atende 130 alunos de ensino fundamental e médio.

De acordo com o Sinpro (Sindicato dos Professores) de Campinas e Região, os problemas de atrasos salariais e verbas trabalhistas começaram há anos, mas se agravaram em 2019. A remuneração deste mês, que deveria ser quitada no quinto dia útil, ainda não havia sido paga a vários dos cerca de 20 professores ontem, afirma Conceição Fornasari, secretária-geral do sindicato. A escola, que funciona há 14 anos, também deve o abono de um terço das férias de julho e tem parcelas atrasadas de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) – o que o colégio admite.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
No final da tarde desta segunda-feira pais receberam comunicado sobre encerramento da escola

Juliana Patrícia Ricardo Zutin, filha do proprietário e responsável pelo setor financeiro da escola, afirmou ao LIBERAL que provavelmente teria de fechar a escola em função da greve.

No fim da tarde, pais receberam do colégio, por WhatsApp, um comunicado de encerramento das atividades. “Infelizmente tomamos essa decisão diante do atual cenário de dificuldade financeira, bem como, diversas faltas e greve dos professores, fato que impossibilitou o andamento do colégio até o final deste ano letivo”, afirma o comunicado. O texto informa que a escola conseguiu vagas para todos os alunos em um outro colégio próximo, pelo mesmo valor de mensalidade – O LIBERAL não conseguiu confirmar essa informação.

A reportagem não conseguiu mais contato com Juliana após receber o comunicado, mas a diretora da unidade, Rosy Fontes, confirmou que o documento é real.

Segundo Juliana, os problemas financeiros acontecem há anos. Em 2018, a inadimplência ficou em cerca de R$ 200 mil, de acordo com ela. Ela diz que a situação se agravou em julho, quando o índice de inadimplência tradicionalmente cresce.

Juliana afirmou que no meio do ano avisou os professores que fecharia a escola, mas que os próprios profissionais teriam pedido para que as aulas fossem mantidas ao menos até o fim de 2019, por causa dos alunos. Juliana então teria dito que não conseguiria pagar todos os professores no dia certo. Só que os professores começaram a faltar, segundo ela, o que agravou a situação e gerou mais perda de alunos.

O sindicato e um professor ouvido pelo LIBERAL negam que os docentes tenham sido consultados. “Ela está querendo jogar a culpa nos professores”, afirmou o profissional, que disse apenas que os professores foram avisados no começo de agosto que no fim do ano a escola fecharia.

O sindicato afirma que não houve faltas injustificadas. Agora, o professor diz temer pelo pagamento de sua rescisão. De acordo com Juliana, o prédio da escola foi posto à venda para pagar parte da dívida das férias.

O micro-empresário Paulo Marcos Brito, de 41 anos, diz ter sido pego de surpresa com a notícia da greve, na sexta-feira. Agora ele teme pelo futuro escolar do filho de 15 anos, que está no 9º ano. “Se a escola fechar ele pode ficar sem completar o ensino fundamental agora”.

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