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Americana

Casal aplica ‘golpe do gás’ e faz vítimas no Zanaga

Dupla, que ainda não foi identificada, vai de porta em porta do bairro, apontando vazamentos e vendendo registros de gás por até R$ 400

Por Walter Duarte

05 de junho de 2019, às 11h17 • Última atualização em 05 de junho de 2019, às 11h19

Um casal ainda não identificado vem aplicando golpes em moradores da região do Antônio Zanaga, a mais populosa de Americana. De porta em porta, eles se dizem representantes de uma empresa, fazem uma “vistoria” e apontam que há vazamento de gás no botijão da casa. Sob a ameaça de uma explosão, são vendidos por até R$ 400 registros que podem ser encontrados por R$ 30 nas lojas.

A aposentada Maria Fausta dos Santos Augusto foi uma das vítimas na última semana. Segundo ela, o homem e a mulher não usavam uniforme ou crachá, mas citaram uma apresentadora de TV famosa como responsável pelo produto, da marca Vinigás.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Registro de gás que é oferecido pelos golpistas

“Olharam o meu botijão e disseram que estava vazando, mas não tinha como isso acontecer e eu não perceber. Paguei R$ 350, que era o valor para aposentado. O valor normal era R$ 400”, afirmou.

Uma vizinha dela, que pediu para não ser identificada, pagou o valor “cheio”. O casal convenceu o marido dela, também aposentado de que a troca de válvula no botijão era necessária para a segurança dos dois. “Meu marido é muito simples e acreditou. Pegou o dinheiro que tinha, que era para condução e remédios e pagou R$ 400 para eles”, disse.

Diferente do que aconteceu com Maria Fausta, os golpistas deixaram um papel sobre a “aquisição”. Sem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), endereço ou timbre, ele informa que “não é ligado a nenhum órgão público” e que o comprador pode desistir do negócio, pagando uma multa de 20%, equivalente a R$ 80.

O genro da aposentada tentou fazer essa operação por meio do telefone de contato deixado por eles – anotado em caneta – no “documento”, mas ninguém atendeu. “Ele tentou o dia inteiro, mas só chama”, completou. As duas vítimas ouvidas pelo LIBERAL não denunciaram o golpe à polícia.

Procurada, a assessoria de imprensa da SSP (Secretaria estadual da Segurança Pública) informou que nenhum registro de ocorrência desse tipo foi registrado na CPJ (Central de Polícia Judiciária) nas últimas semanas. Sem boletim de ocorrência, não há como a Polícia Civil investigar o caso. ‘Tem que chamar a polícia na hora’

O gerente financeiro da Vinigás, Sebastião Carlos dos Santos, disse ao LIBERAL que a empresa não faz vendas porta a porta e que qualquer tentativa de venda nesse esquema deve ser comunicada à polícia.

“Nós não vendemos de porta em porta, de jeito nenhum, e não autorizamos ninguém a fazer isso. Vendemos para grandes lojas e representantes autorizados. Já tivemos outros problemas como esse, inclusive com a Aliança [marca do grupo], mas declaramos à Justiça que não trabalhamos desse jeito. Tem que chamar a polícia”.

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