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Boas Histórias

‘Missão Jeito de Ser’ promove ressocialização de moradores de rua

Por meio de voluntários, projeto abriga moradores em situação de rua e dependentes de álcool e drogas há dez anos

Por Leonardo Oliveira

05 de junho de 2019, às 11h12 • Última atualização em 05 de junho de 2019, às 11h15

Assista ao vídeo!

Uma casa com o objetivo de mudar vidas por meio da ressocialização abriga moradores em situação de rua e dependentes de álcool e drogas há dez anos em Americana. A iniciativa é do projeto “Missão Jeito de Ser”, que é viabilizado através de doações e venda de alimentos produzidos pelos próprios moradores.

O imóvel na Rua Cabo Oswaldo de Moraes, no Nova Americana, tem estrutura para receber até 13 pessoas – hoje são dez integrantes, todos vindos de situações de vulnerabilidade onde não tinham um local para dormir, condições de se alimentar, e com acesso facilitado ao uso de entorpecentes.

A reportagem esteve no espaço na manhã desta terça-feira para conversar com os moradores e funcionários para entender como funciona a iniciativa, inaugurando a seção “Boas Histórias”. Nela, o LIBERAL publicará toda quarta-feira reportagens que tragam histórias positivas.

Os relatos dos dependentes envolvem dramas pessoais, como perdas de familiares ou falta de perspectiva no mercado de trabalho que os levaram ao mundo das drogas e álcool. Agora, na casa, eles tentam reencontrar o entusiasmo pela vida.

Foto: Leonardo Oliveira / O Liberal
Moradores da casa no Nova Americana e funcionários tem convivência de aprendizado e solidariedade

Além do tratamento para se livrar do vício, eles recebem refeições diárias, roupas, abrigo, acesso à tecnologia e também cursos para aprimoramento profissional – muitos deles ligados à culinária. Os integrantes aprendem a fabricar pães, bolos e doces que são vendidos para ajudar a bancar toda as despesas que o imóvel exige.

O tempo médio de permanência no local é de um ano por pessoa, mas esse prazo pode aumentar de acordo com a necessidade de cada um – João Batista Martins, de 64 anos, por exemplo, está há dois anos na casa de recuperação e não pensa em sair. “Quando eu estava na rua estava debilitado. Os donos da casa me procuraram e me deram essa oportunidade que é essa vivência”, contou ao LIBERAL.

Martins é um entusiasta do cultivo de legumes e hortaliças. É dele a responsabilidade de cuidar da horta existente no imóvel. Cada membro segue atribuições definidas por uma escala pendurada em um mural. Lavar louças, cozinhar, limpeza dos quartos, tudo isso é feito por quem ocupa a residência.

Uma das fundadoras e diretoras do projeto é a psicóloga Fernanda Soares Garcia, de 46 anos. Ela despertou para o voluntariado quando esteve envolvida em outras ações na década de 90, e resolveu desenvolver a casa no final da década passada. O local conta com um amplo espaço e possui até uma capela para as orações diárias.

A estrutura do projeto ainda engloba outros sete diretores, todos voluntários, e duas funcionárias contratadas para ajudar no dia a dia do espaço. O grupo ainda vai às ruas de Americana toda a segunda-feira para levar marmitas a moradores de rua.

Para driblar os custos envolvidos na manutenção da iniciativa, a Casa de Recuperação Missão Jeito de Ser conta com a ajuda de empresários e aposta na venda dos produtos feitos pelos moradores. Eles podem ser adquiridos com a diretora, por meio do telefone (19) 992584188.

Se você conhece uma boa história que todo mundo merece saber, conte para a gente! Ela pode virar uma reportagem no LIBERAL. Escreva para redacao@liberal.com.br ou envie mensagem para o WhatsApp do LIBERAL, no (19) 99271-2364.

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