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78 anos de história

Bar Flamengo representa resistência e tradição em Americana

Em funcionamento há quase 80 anos e sempre no mesmo lugar, o Bar Flamengo é uma espécie de patrimônio imaterial de Americana; veja sua história

Por Isabella Holouka

24 de junho de 2021, às 07h57

Nova fachada do Bar Flamengo – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“Vamos ao jogo”, falou Augusto Geraldino, conhecido como Sardinha, ao telefone, indicando o início da entrevista. O americanense é o atual proprietário do tradicional Bar Flamengo, que está em funcionamento desde 1944, localizado na esquina número 229 da Rua Tamoio, na Vila Santa Catarina.

Dias antes, quando a reportagem esteve no bar, Sardinha apontou para um papel jornal emoldurado acima do balcão em que, sob o cabeçalho do LIBERAL de 1999, uma crônica exaltava a história do “eterno bar Flamengo”.

“Está tudo aí”, disse o americanense de 73 anos – 5 a menos do que o estabelecimento que comanda atualmente. O texto aborda a iniciativa do Sr. Antônio Borelli de abrir um boteco na então chamada Vila dos Galos, onde vendia da famosa cerveja Faixa Azul e caipirinha com pinga Saltinho.

A empadinha é um quitute famoso do local – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Ao contrário do que pode pensar um desavisado, o bar não homenageia o rubro negro carioca, o Clube de Regatas do Flamengo. A inspiração é americanense, mais especificamente na formação do Flamengo Futebol Clube, que teve sede provisória no bar, onde se reuniam atletas e diretores.

Com o passar das décadas, mudaram os proprietários do estabelecimento. Além do Sr. Borelli, também são citados Zézinho e Elias, Sr. Abílio, Sebastião, Sr. José Avancini, Orlando e Arlindo Reame, Zaminelli, Fuminho e Zane, chegando finalmente ao Sardinha.

Nascido no bairro Salto Grande, o americanense contou ter chegado ao comando do estabelecimento em 1983, ao acaso. Ele trabalhava como contador, mas foi dispensado do escritório e acabou recebendo uma quantia de direitos trabalhistas, que usou para adentrar a
sociedade do Flamengo.

O bar ainda mantém o clima simples, que remete à sua origem – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Mário, que era chamado de Fuminho, estava com problemas com o sócio na mesma época, momento em que Sardinha assumiu o posto dele. Os anos se passaram e Sardinha ficou sozinho na direção do bar, depois do falecimento de Mário, em 1996.

O cardápio inclui todos os tipos de salgados, lanches, porções e pizzas. Aos sábados, o sucesso é a feijoada. Já nas terças-feiras, os holofotes estão sobre as dobradinhas.

A fachada, antes desgastada, ganhou novas cores recentemente, mas mudar o nome do Flamengo? Não, de jeito nenhum.

Vendê-lo? Jamais.

De acordo com o Sardinha, essas mudanças são impossíveis de serem feitas. “É um patrimônio de Americana, de 78 anos, funciona desde 1944”, argumenta ele.

Tamanho é o protagonismo do Bar Flamengo, que o atual proprietário se recusa a aparecer em uma foto, daquelas clássicas, que a reportagem faria com ele por trás do balcão simples. Preferiu garantir as honras ao septuagenário bar, como tem sido desde sua fundação. 

Uma crônica publicada em 1999 pelo LIBERAL decora uma das paredes – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

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