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Americana

Aposentado completa seis décadas no coral da Igreja Bom Jesus

Há 60 anos, Agenor Aparecido Galrão, hoje com sua esposa Elvira ao lado, canta em missas da Paróquia Bom Jesus

Por Marina Zanaki

20 de outubro de 2019, às 07h38 • Última atualização em 21 de outubro de 2019, às 14h21

Há seis décadas, a voz do aposentado Agenor Aparecido Galrão chama a comunidade da Paróquia do Senhor Bom Jesus, no Jardim Girassol, a cantar. O que o inspira é justamente fazer o povo soltar a voz durante as missas, tornando assim a celebração mais viva.

O aposentado, que tem 76 anos, garante que uma missa com músicas cantadas pela comunidade atrai mais fiéis, e confirma que o ditado “quem canta seus males espanta”. “A música realmente ajuda a pessoa a se sentir melhor dentro da igreja, senão fica uma coisa meio parada”, declarou.

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG
Agenor ao lado da esposa, Elvira cantando na igreja desde os 16 anos

Desde quando Agenor começou a cantar na igreja, aos 16 anos, acompanhou muitas mudanças. A primeira foi a extinção do coral na Bom Jesus. “O coral deveria sair de lá de cima e se misturar no meio do povo e fazer o povo cantar. Com isso vieram os cursos de liderança de canto”, recorda.

Por entender que o coral tem essa característica de ser mais voltado para apresentação e menos para a participação do público, ele se define como “anticoral”, apesar de admirar o trabalho realizado pelos grupos da cidade.

Outras mudanças vividas pelo aposentado foram as diferentes diretrizes dos padres que passaram pela comunidade. Em uma época, o grupo tinha a liberdade de montar a lista de músicas que seriam cantadas. Em outro momento, um padre quis adotar um livro com os hinos. Por um longo período, a comunidade contou com folhetos que continham as liturgias e os cantos.

Independente da orientação de cada um dos padres, Agenor seguiu com o trabalho e hoje é o mais antigo dos líderes de canto na comunidade. Todo domingo, ele pode ser encontrado na missa das 18h.

“A pessoa chega e fala que cantei bem. Eu viro e pergunto, mas você cantou? Se cantou, então está ótimo. Minha intenção é fazer cantar, e não ser cantor”, afirmou o aposentado.

União

Companhia inseparável de Agenor é sua esposa, Elvira Jacob Garvão, de 72 anos. Os dois se conheceram na catequese e fizeram teatro juntos. Contudo, foi na música que o casal viveu a segunda maior parceria – perdendo apenas para o casamento, que já dura 52 anos.

Elvira cantava no Coral da Irmã Madalena e acabou juntando-se a Agenor na liderança dos cantos da missa das 18h. “Enquanto o Senhor me der a voz, vou continuar cantando”, garante Elvira.

O casal não toca nenhum instrumento, mas mesmo assim criaram os dois filhos e os dois netos em meio às melodias que cantavam na igreja e também aos sons sertanejos que apreciam. Como resultado, filhos e netos têm uma veia musical, dominam alguns instrumentos e chegam a fazer parte das missas ao lado de Agenor e Elvira.

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