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Eleições 2022

Americana ‘elegeu’ Lula duas vezes e relegou PT à terceira força

Partido sofreu derrota histórica nas eleições de 2018, para o atual presidente, Jair Bolsonaro

Por João Colosalle e Rodrigo Alonso

02 de outubro de 2022, às 07h37 • Última atualização em 02 de outubro de 2022, às 14h23

O encerramento das urnas no dia 27 de outubro de 2002, em Americana, traria um resultado que só seria superado quatro eleições depois. Naquele domingo de segundo turno, 20 anos atrás, os eleitores escolheriam como o mais votado da cidade o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na época, o petista alcançou a marca de 71.506 votos, superando o tucano José Serra, com 42.841. Votação tão expressiva – que lhe garantiu o primeiro mandato na Presidência da República -, porém, não se repetiria nas eleições seguintes.

Lula durante visita à Vila Soma, em Sumaré, em maio – Foto: Claudeci Junior/Liberal

Escândalos de corrupção, movimentos de rua e uma crise econômica e política que culminou em impeachment levaram a um crescimento da aversão ao petismo na cidade que se traduziria nas urnas, onde o Partido dos Trabalhadores seria relegado ao posto de terceira força.

Em 2018, coube a Jair Bolsonaro, então filiado ao PSL e símbolo do antipetismo, ultrapassar a marca de Lula, nos dois turnos – foram 83.563 no primeiro e 98.605 no segundo, muito além do concorrente Fernando Haddad (PT), que somou 27.044 votos na disputa direta com o atual presidente.

Jair Bolsonaro em evento com apoiadores em Americana, em abril – Foto: Roberto Gardinalli/Estadão Conteúdo

A depender de quem vota na cidade, no entanto, Haddad não iria sequer para o enfrentamento do segundo turno com Bolsonaro. No primeiro, o petista amargou uma votação pífia no município – conquistou apenas 12.963 votos, ficando atrás de Ciro Gomes (PDT), com 13.766. Em 20 anos, um resultado que só não foi pior para um terceiro colocado na cidade do que o desempenho de Heloísa Helena (PSOL) em 2006, quando levou 9.145 votos.

Antes de Haddad, a ex-presidente Dilma Rousseff já experimentara a rejeição ao PT em Americana. Foi a mais votada em 2010, mas, no primeiro turno de 2014, perdeu para Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). O tucano ainda levaria quase o dobro dos votos no segundo turno daquele ano.

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Os recordistas de votos em Americana, Lula e Bolsonaro, portanto, se encontram nas urnas neste domingo. A tendência é que o cenário no município – de preferências políticas historicamente conservadoras e poder aquisitivo acima da média – continue mais favorável ao atual presidente.
Ou seja, Lula dificilmente sairá vencedor em Americana diante de um resultado como o obtido por Bolsonaro nas urnas locais, em 2018, e da rejeição histórica ao próprio partido do ex-presidente.

Ex-vereador de Americana, o major Luiz Antonio Crivelari (PL) afirmou que o conservadorismo ganhou força após o surgimento de Bolsonaro e que “a população acordou”.

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Crivelari confia na vitória de Bolsonaro na cidade, até porque, conforme ele aponta, a maioria dos candidatos a deputado do município é de direita. “Isso trará um reflexo absoluto na votação do Bolsonaro na cidade”, disse.

Para o ex-deputado estadual Antonio Mentor (PT), de Americana, o momento político atual é de contestação ao governo Bolsonaro, situação que pode fazer Lula se destacar na cidade. “O movimento que eu tenho sentido na cidade é extremamente favorável ao Lula”, declarou.

Ex-presidente da Câmara de Americana, Antonio Carlos Sacilotto (PSDB), aposta que a disputa ficará realmente entre Bolsonaro e Lula, mas acredita que não haverá mais aquele “boom” de votos para o atual presidente e seus apoiadores. “Acho que não repete o que aconteceu na eleição passada”, opinou.

Ele destacou, por outro lado, que o PT perdeu representatividade em Americana, ao mesmo tempo em que o conservadorismo aumentou no município.

AMERICANA E OS PRESIDENCIÁVEIS
Cidade migrou da esquerda para a direita em votações

PRESIDENTE

2002 (1º turno)
Lula (PT) 61.410 votos – (54,09)
José Serra (PSDB) 27.151 votos – (23,91)
Anthony Garotinho (PSB) 16.088 votos – (14,17)
Ciro Gomes (PPS) 8.362 votos – (7,36)
Zé Maria (PSTU) 483 votos – (0,42)
Rui Pimenta (PCO) 64 votos – (0,05)

2002 (2º turno)
Lula (PT) 71.506 votos – (62,53)
José Serra (PSDB) 42.841 votos – (37,47)

2006 (1º turno)
Geraldo Alckmin (PSDB) 59.965 votos – (48,85)
Lula (PT) 50.248 votos – (40,93)
Heloísa Helena (PSOL) 9.145 votos – (7,45)
Cristovam Buarque (PDT 3.174 votos – (2,59)
Ana Maria Rangel (PRP) 107 votos – (0,09)
José Maria Eymael (PSDC) 76 votos – (0,06)
Luciano Bivar (PSL) 37 votos – (0,03)

2006 (2º turno)
Lula (PT) 63.910 votos – (51,23)
Geraldo Alckmin (PSDB) 60.844 votos – (48,77)

2010 (1º turno)
Dilma Rousseff (PT) 50.412 votos – (38,9)
José Serra (PSDB) 45.697 votos – (35,26)
Marina Silva (PV) 31.658 votos – (24,43)
Plínio (PSOL) 1.603 votos – (1,24)
Eymael (PSDC) 60 votos – (0,05)
Levy Fidelix (PRTB) 60 votos – (0,05)
Zé Maria (PSTU) 57 votos – (0,04)
Ivan Pinheiro (PCB) 42 votos – (0,03)
Rui Costa Pimenta (PCO) 13 votos – (0,01)

2010 (2º turno)
Dilma Rousseff (PT) 61.359 votos – (49,38)
José Serra (PSDB) 62.908 votos – (50,62)

2014 (1º turno)
Aécio Neves (PSDB) 58.308 votos – (46,01)
Marina Silva (PSB) 31.425 votos – (24,8)
Dilma Rousseff (PT) 29.533 votos – (23,31)
Luciana Genro (PSOL) 3.698 votos – (2,92)
Eduardo Jorge (PV) 2.191 votos – (1,73)
Pastor Everaldo (PSC) 809 votos – (0,64)
Levy Fidelix (PRTB) 569 votos – (0,45)
Mauro Iasi (PCB) 68 votos – (0,05)
Zé Maria (PSTU) 64 votos – (0,05)
Eymael (PSDC) 41 votos – (0,03)
Rui Pimenta (PCO) 13 votos – (0,01)

2014 (2º turno)
Dilma Rousseff (PT) 44.206 votos – (33,72)
Aécio Neves (PSDB) 86.888 votos – (66,28)

2018 (1º turno)
Jair Bolsonaro (PSL) 83.563 votos – (64,3)
Ciro Gomes (PDT) 13.766 votos – (10,59)
Fernando Haddad (PT) 12.963 votos – (9,97)
João Amoêdo (Novo) 7.802 votos – (6)
Geraldo Alckmin (PSDB) 6.929 votos – (5,33)
Alvaro Dias (Podemos) 1.133 votos – (0,87)
Marina Silva (Rede) 1.096 votos – (0,84)
Henrique Meirelles (MDB) 1.003 votos – (0,77)
Cabo Daciolo (Patriota) 965 votos – (0,74)
Guilherme Boulos (PSOL) 598 votos – (0,46)
Eymael (DC) 76 votos – (0,06)
Vera (PSTU) 39 votos – (0,03)
João Goulart Filho (PPL) 29 votos – (0,02)

2018 (2º turno)
Jair Bolsonaro (PSL) 98.605 votos – (78,48)
Fernando Haddad (PT) 27.044 votos – (21,52)

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