A Prefeitura de Americana divulgou na tarde desta terça-feira (30) a confirmação do primeiro caso de sarampo na cidade desde 2011. Sumaré também confirmou um caso e, agora, a região tem três notificações da doença.

A vítima de Americana é uma mulher de 50 anos, moradora do bairro Morada do Sol. Segundo a Vigilância Epidemiológica, ela passa bem e não chegou a ser hospitalizada.

De acordo com informações divulgadas pela prefeitura, a mulher teve início dos sintomas no dia 2 de julho. Oito dias depois, ela passou por atendimento no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi. Na ocasião, o médico que a atendeu suspeitou da doença e pediu um exame.

A mulher de 50 anos, que não teve a identidade divulgada, não tinha comprovante de vacina contra sarampo. Também não tinha histórico de viagem ou contato com pessoas que tenham viajado recentemente ao exterior.

“Após a notificação, a Vigilância realizou uma ação de bloqueio vacinal junto às pessoas que mantiveram contato direto com a moradora, e também intensificou o alerta sobre a vacinação contra o sarampo junto à rede de educação (pública e privada), hospitais (público e privados) e setores da Secretaria Municipal de Saúde”, informou a prefeitura.

A Vigilância recomenda que adultos que ainda não foram vacinados procurem uma unidade de saúde mais próxima, bem como levem seus filhos caso não tenham recebido a primeira dose. O município dispõe atualmente de cerca de mil doses da vacina, que é reposta mensalmente conforme a demanda. Quem está com o esquema vacinal completo não precisa de reforço.

Foto: Marcelo Rocha / Liberal

De acordo com o setor, a população entre 12 meses e 29 anos deve receber duas doses, enquanto que para os indivíduos na faixa etária entre 30 e 59 anos, apenas uma dose é recomendada. Profissionais que trabalham na área da saúde, independentemente da idade, devem receber duas doses.

A vacina disponível na rede pública é a tríplice e tetra viral, que além de oferecerem imunidade contra o sarampo, também servem como proteção para caxumba, rubéola e catapora, este última pela tetra viral.

A prefeitura informou que, por enquanto, não foi cogitada nenhuma medida, incluindo bloqueio ou vacinação em massa, pela Secretaria Estadual da Saúde ou mesmo pelo Ministério da Saúde, considerando o avanço da doença em diversas regiões do País.

CASOS

O número de casos de sarampo confirmado no Estado subiu para 633, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (30). O último levantamento apontava 484 casos. A maioria das confirmações, 76%, são na capital paulista.

De acordo com o professor de Saúde Pública e Imunologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Jan Carlo Delorenzi, é recomendado que crianças e adultos que não possuam a vacina registrada em suas cadernetas de vacinação, tomem a vacina contra sarampo o quanto antes.

“Estamos tendo uma ressurgência da doença justamente por causa da falta da vacinação. As pessoas achavam que por não existirem mais casos, que o vírus não existia. O único jeito de preveni-la é com a vacina”, explica. O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmitida pela fala, tosse e espirro.

Foto: Carlos Bassan

Delorenzi ressalta que, a partir do surgimento do primeiro sintoma, é preciso procurar atendimento médico imediatamente. O sarampo caracteriza-se por febre alta, tosse, coriza, o aparecimento de manchas vermelhas espalhadas pelo corpo e pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal.

Quem precisa tomar a vacina contra sarampo?

Todas as pessoas que não tenham se o registro da vacina contra o sarampo em suas carteiras de vacinação devem ser vacinadas. Há uma preocupação especial às crianças, que são o grupo de maior risco em adquirir a doença.

É recomendado que seja seguido o calendário orientado pelo Ministério da Saúde. O esquema vacinal contra o sarampo para crianças é de uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses (a tetra viral) de idade.

Quem não tomou a vacina quando criança, até os 29 anos, deve-se receber duas doses da tríplice ou tetra viral. Dos 30 aos 49 anos é recomendada uma dose única, da tríplice ou tetra viral.

Quem oferece a vacina contra sarampo?

A vacina contra sarampo é distribuída gratuitamente em postos de saúde. Mesmo com a doença erradicada, a vacina não deixa o programa de vacinação do Governo Federal.

No caso de cidades onde não está ocorrendo a campanha de vacinação – caso da RPT – qual a orientação à população adulta?

As pessoas que não sabem que estão vacinadas ou se não têm a carteirinha de vacinação para poder comprovar as duas doses, devem procurar um posto de saúde. Se a pessoa tem até 29 anos, deve tomar as duas doses da vacina. Acima dos 29 anos, apenas uma dose é suficiente. Crianças de até 12 cinco anos podem vacinar normalmente tomando as duas doses.

Há motivo para alerta na região?

Por enquanto, a situação não é de alerta. A Secretaria Estadual de Saúde junto com a secretaria municipal de cada cidade avalia a situação. O importante é: observe sua carteirinha de vacinação e veja se há necessidade de ir ao posto.

Se já contraiu sarampo, precisa tomar vacina?

Uma vez que se contraiu sarampo, a pessoa tem imunidade permanente contra a doença. Mas é preciso ter consciência de que a vacina que protege contra o sarampo tem também imunizantes que protegem contra outras doenças. Se tive sarampo, mas não tomei a tríplice ou tetra viral, é importante tomar.

Existem reações adversas ou contraindicações da vacina?

A vacina é contraindicada para grávidas e alérgicos a proteína do ovo e do leite, já que esses componentes podem estar presentes na vacina. Casos de reações adversas incluem dores de cabeça e febre, com reversão natural. São extremamente raros casos de evolução grave da vacina contra o sarampo.

Pessoas com histórico de alergia de algum componente da vacina devem se vacinar em lugar que se ela tiver alguma reação alérgica pode ter tratamento na hora. A vacina é muito segura, eficaz e é a única forma comprovada de prevenção contra o sarampo.

ENTENDA O QUE É O SARAMPO

O QUE É: O sarampo é uma doença infecciosa aguda e viral, provocada pelo morbilivírus, com elevada transmissibilidade e que pode acometer pessoas de qualquer idade. Ela é considerada grave e pode levar à morte

TRANSMISSÃO: Ocorre de pessoa para pessoa, por secreções nasais expelidas ao tossir, espirrar ou falar

SINTOMAS: Tosse, febre, manchas avermelhadas na pele, dores no corpo, coriza, conjuntivite

POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES: Infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesões no sistema nervoso

PREVENÇÃO: A única forma é tomando a vacina tríplice viral.