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Americana

60% dos profissionais de enfermagem têm adoecimento mental

Pesquisa feita pelo Coren-SP junto a 103 profissionais da enfermagem em Americana indica quadros de ansiedade e depressão

Por Marina Zanaki

02 de junho de 2019, às 08h38 • Última atualização em 02 de junho de 2019, às 21h18

Pesquisa feita pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem) de São Paulo apontou que 60% dos profissionais da área da enfermagem (nos setores público, privado e filantrópico) de Americana que responderam às perguntas sofrem com adoecimento mental. Na cidade, foram ouvidos 103 profissionais de todos os níveis – obstetrizes, auxiliares, técnicos e enfermeiros. São 1.938 profissionais da área que moram na cidade.

O percentual está acima do estadual, no qual 53% das 23 mil pessoas ouvidas no estudo sofrem psicologicamente por conta do trabalho. Entre os profissionais de Americana que apresentam adoecimento mental, 82% sofre de ansiedade, 54% de depressão e 27% da Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico caracterizado por tensão emocional provocada por condições de trabalho desgastantes.

Foto: Coren-SP / Divulgação
Renata Pietro, presidente do Conselho Regional de Enfermagem, disse que resultados de pesquisa serão usados para debater o assunto com o Poder Público

A pesquisa foi feita por dez dias ao longo do mês de abril, motivada por diversos casos de sofrimento psíquico dos profissionais. Presidente do Conselho, Renata Pietro disse que os resultados serão usados como pontos de partida para diálogos com o poder público.

“Os profissionais têm sofrido um adoecimento mental, ansiedade, e tudo isso atrelado à sobrecarga de trabalho, condições de como estão trabalhando e clima organizacional. Percebemos que a enfermagem envelheceu e adoeceu, os gestores precisam cuidar dessas pessoas, que estão na ponta prestando assistência”, afirmou a presidente.

Jornada

Uma mudança que poderia impactar significativamente na melhora da qualidade de vida dos profissionais da enfermagem é a regulamentação da jornada de 30 horas semanais. A avaliação é da presidente do Coren. Renata apontou que uma legislação que determina carga horária foi aprovada na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) no ano passado, mas vetada pelo governador João Doria (PSDB).

Em Americana, uma lei municipal foi aprovada em 2014 garantindo a redução da carga horária. Para ser colocada em prática, ela precisava ser regulamentada por meio de decreto, e em junho de 2016 foi previsto que seria implantada somente se fosse concluída a contratação de Organização Social para o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.

A mudança não foi implantada até hoje, e é lembrada pelos funcionários da área da enfermagem da cidade ouvidos pela reportagem e que preferiram não se identificar.

A reportagem questionou a prefeitura sobre a carga horária e afastamentos de servidores por depressão ou sobrecarga, mas não houve resposta.

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