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Americana

Sob fiscalização, Nardini tem ‘melhora’

Empresa está sob perícia judicial, o que fez com que obrigações trabalhistas passassem a ser cumpridas

Por Ana Carolina Leal

04 de julho de 2021, às 09h03 • Última atualização em 06 de julho de 2021, às 08h46

Colaboradores temem que com o término da fiscalização, a empresa retome as condições trabalhistas irregulares - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal

As condições de trabalho nas Indústrias Nardini, em Americana, melhoraram desde que teve início a fiscalização determinada pela Justiça do Trabalho, em 24 de maio, para levantar a atual situação econômica do grupo para a execução de R$ 121 milhões em dívidas trabalhistas, relacionadas a 442 ex-funcionários.

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O LIBERAL apurou que desde que os trabalhos dos peritos tiveram início, a empresa começou a acertar pendências salariais, dissídios, concessão de férias e voltou a comprar matéria-prima.

Diante das melhorias, funcionários pretendem solicitar junto ao Núcleo Especializado de Execução Trabalhista pedido para que os peritos permaneçam nas Indústrias Nardini por pelo menos mais dois anos. E, que após esse período, a administração seja entregue a uma nova diretoria e com compromisso de prestar contas mensais à Justiça do Trabalho ou ao Ministério Público.

Os colaboradores temem que com o término da fiscalização, a empresa retome as condições trabalhistas irregulares, como o não pagamento de direitos e salários, que sempre foram a rotina da fábrica nos últimos anos. Atualmente, as Indústrias Nardini tem cerca de 300 funcionários.

“As providências tomadas por conta da fiscalização confirmam todas as denúncias de administração fraudulenta. Se o problema da empresa de fato fosse econômico, financeiro, mesmo com a fiscalização, não começariam a honrar os pagamentos que antes eram ignorados”, desabafou uma fonte ouvida pelo LIBERAL.

O LIBERAL entrou em contato com o departamento jurídico da empresa para comentar a reportagem, mas não obteve retorno.

A fiscalização foi determinada pela 1ª Vara do Trabalho de Americana por um período inicial de 60 dias. Na decisão, a juíza substituta Bruna Muller Stravinski escreveu que apenas parte das empresas está em efetivo funcionamento em Americana e que essa produção precisa satisfazer as contas não judiciais e débitos trabalhistas.

“As últimas tentativas de bloqueio de numerário resultaram negativas ou em bloqueios parciais em valores ínfimos quando comparados ao total da dívida”, afirmou a juíza em decisão.

A determinação diz que o perito e sua equipe deverão ter acesso a todos os documentos e informações de qualquer natureza da empresa. Isso inclui dados físicos, bancários, financeiros, contábeis, eletrônicos, acesso aos sistemas existentes do grupo e das demais organizações em que haja participação, seja societária, comercial, administrativa ou alguma relação com a matriz da empresa.

RECUPERAÇÃO. A Nardini tenta obter autorização para entrar em recuperação judicial, suspendendo as execuções. O pedido foi negado na primeira instância. O recurso em segunda instância ainda não foi julgado, mas possui um parecer negativo do Ministério Público para a recuperação. A perícia que está sendo realizada não tem relação com o processo de recuperação judicial.

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