Aprimorar a qualidade da água entregue aos barbarenses e garantir o abastecimento em períodos de estiagem ou até mesmo durante uma crise hídrica foram objetivos que pautaram os principais investimentos realizadas pelo DAE (Departamento de Água e Esgoto) em Santa Bárbara d’Oeste durante os últimos oito anos.

Para isso, foi necessário aumentar a capacidade de reservação, reduzir o índice de perdas, modernizar as estruturas existentes, trocar redes velhas e investir em novas tecnologias. Tudo isso foi traçado no Plano Municipal de Saneamento Básico da cidade, revisado no ano passado.

Atual vice-prefeito de Santa Bárbara e prefeito eleito no último dia 15 de novembro, Rafael Piovezan (PV) foi superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de 2013 até junho deste ano, quando teve de se licenciar do cargo para concorrer na eleição. Ele participou da elaboração do diagnóstico que definiu quais seriam as prioridades do setor.

“Um dos primeiros passos que foram tomados teve foco no aumento do volume reservado de água bruta nas represas. Instalamos comportas na represa São Luiz e isso já aumentou em cerca de um bilhão de litros d’água o que nós tínhamos em volume reservado. Isso em 2014”, relembrou Piovezan.

Na mesma linha, foi identificada a necessidade de ampliação e modernização da estrutura de captação d’água. A obra foi finalizada em 2019, o que praticamente duplicou a captação.

Diferentemente de outras cidades da região, Santa Bárbara não capta água de rios, e sim de três represas do município: Areia Branca, São Luiz e De Cillo, que comportam cerca de 10 bilhões de litros.

Já na ETA (Estação de Tratamento de Água) II, foi necessário substituir todos os filtros existentes, assim como a troca de tubulações e comportas para reduzir vazamentos durante sua operação.

Na mesma estrutura, foi construída a estação de tratamento de lodos. Além de ser mais sustentável para o meio ambiente, permite a redução nos índices de perda de água.

A obra foi realizada com R$ 2,275 milhões do Governo Estadual e R$ 714 mil de contrapartida do município. A estação deve entrar em funcionamento no início de 2021.

“Vai fazer com que a água recircule. Isso ajuda na eficiência da estação e reduz os nossos índices de perdas, o que é fundamental”, disse Piovezan.
Com 58 reservatórios, a cidade consegue guardar 46.568 mil metros cúbicos de água. Na ETA 4, por exemplo, foram necessários novos reservatórios para abastecer a Zona Leste, um dos principais pontos de desenvolvimento de Santa Bárbara.

“É onde a gente tinha uma situação de maior fragilidade, o volume de água tratada reservada. Nós construímos novos reservatórios apoiados e também elevados, e ampliamos em aproximadamente 30% o volume de água tratada nesses oito anos. Isso ajuda muito a garantir o abastecimento e evitar as interrupções no fornecimento de água”, afirmou Piovezan.

Outra função dos reservatórios apontada como fundamental é a de regular a pressão na rede. O modelo adotado na cidade é o de abastecimento por gravidade, ou seja, não há bombeamento, o que muitas vezes evita rompimentos.

“A setorização é fundamental porque você consegue delimitar o abastecimento de um reservatório ou a área que é abastecida por um reservatório. Você consegue ser, muitas vezes, mais preciso nas manutenções e no controle da pressão da rede”, salientou o vice-prefeito.

Santa Bárbara capta e trata, em média, 850 litros de água por segundo. O consumo total na cidade é de aproximadamente 1 bilhão de litros.

O recurso é distribuído para os quase 195 mil habitantes por meio de 832 km de redes d’água. Atualmente, o índice de perdas é de 54%. No início da gestão do prefeito Denis Andia (PV), o marcador estava em 67%.

O próximo passo em termos de abastecimento é a construção de uma nova represa. Com investimento de R$ 12 milhões, a obra vai ampliar em 100% o volume de água disponível na represa De Cillo.

A obra de alteamento do novo barramento terá capacidade para armazenar 3,8 bilhões de litros d’água. A quantidade garantirá a qualidade no abastecimento por mais 50 anos no município, além de auxiliar na contenção de enchentes na área urbana.

O DAE está finalizando o contrato com a empresa que vai construir o barramento. A obra é vista como fundamental para o futuro da cidade. Em paralelo, a autarquia realiza a substituição de redes antigas. Só na região central, foram 24 km de redes trocadas.

Segundo o atual superintendente, Deusdedit Jesus Guarda, a próxima intervenção nesse sentido é a troca de uma adutora que abastece a Zona Leste e tem quase 15 km de extensão. O serviço – que custará R$ 10 milhões – já está licitado e deve começar em dezembro.

“É a veia principal de água tratada que vai na Zona Leste. Já está licitada. Acredito que o mês que vem já tenha o início dessa importante obra. Essa adutora deu muitos problemas no passado, muitos rompimentos”, comentou Deusdedit.

Esgoto tratado

Batizado de “Programa Santa Bárbara 100%” e dividido em três etapas, a primeira foi concluída em julho de 2019, com o início do funcionamento da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Toledos II. Já a segunda foi a ampliação da ETE da Balsa em maio deste ano.

A terceira e última etapa é a entrega da ETE Barrocão, que atualmente está em fase de testes. A estrutura, que é a segunda maior obra de saneamento da história do município (atrás apenas da ETE Toledos II), já possui licença de funcionamento e deve entrar em operação em janeiro de 2021.

“A gente finalizou a última obra do tratamento de esgoto e hoje Santa Bárbara tem 100% do esgoto tratado. É um avanço muito importante para o meio ambiente e para todos os empreendedores, grandes empresas que querem investir no município e que prezam por essa sustentabilidade. O tratamento de esgoto previne diversas enfermidades que podem acometer as pessoas”, disse Piovezan.