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Santa Bárbara, 202 anos

Descentralização expande o comércio barbarense para várias regiões

Santa Bárbara d'Oeste vê crescimento da atividade econômica em áreas que ficam distantes do Centro

Por Leonardo Oliveira

04 de dezembro de 2020, às 08h06 • Última atualização em 09 de dezembro de 2020, às 16h48

Quando se fala em relevância comercial em Santa Bárbara d’Oeste, não necessariamente o Centro da cidade é a primeira região que vem à mente do consumidor. A maneira espaçada como o município cresceu, criou, ao longo dos anos, diferentes corredores comerciais e de serviços.

São cerca de 16 mil CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) ativos em território barbarense, segundo o presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste), João Batista de Paula Rodrigues. Ele estima que os comércios se dividam de maneira igual entre a região central e a Zona Leste.

A Avenida São Paulo é um dos principais corredores comerciais do município – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“Eu acho que a cidade de Santa Bárbara d’Oeste não tem um centro só. Temos quase três centros comerciais. O centro histórico, antigo, o da Zona Leste, que é forte hoje, e o do São Francisco, que também tem seu comércio local que quase abastece toda a região”, opinou o historiador barbarense Antônio Carlos Angolini.

Ao longo dos últimos anos, bairros como Mollon e Cidade Nova foram premiados com a chegada de importantes estabelecimentos. Esse movimento foi puxado, principalmente, pela inauguração do primeiro shopping da cidade, o Tivoli, em 1998.

Com a chegada do empreendimento, a Avenida Santa Bárbara se tornou ponto de interesse daqueles que abririam suas lojas em terras barbarenses, movimento que contagiou outras vias no entorno.

Nessa década, a instalação de um novo shopping e a concentração de atacadões acelerou esse processo. “Essa região se fortaleceu muito por conta dos dois shoppings e dos atacados que estão ali. Antigamente o pessoal saía muito tanto da Zona Leste quanto do Centro para Americana. Hoje a gente não vê mais essa movimentação”, disse o presidente da Associação Comercial.

O comerciante Marcelo Tonini mudou sua bicicletaria de Americana para a Avenida da Indústria, no Jardim Pérola, motivado pelo movimento da Zona Leste – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O comerciante Marcelo Tonini decidiu, há um ano e meio, mudar sua bicicletaria do bairro São Domingos, em Americana, para a Avenida da Indústria, no bairro Jardim Pérola. A migração aconteceu depois de ele se sentir atraído pelo movimento no comércio da Zona Leste barbarense.

“A região aqui é muito boa. Apesar da pandemia, eu estou tendo ótimos resultados, melhor do que antes. Aqui tem tudo, mercado, farmácia, banco, não falta nada”, disse ao LIBERAL.

A via, inclusive, é uma das mais movimentadas do município. Lá, é possível encontrar todo o tipo de atividade comercial.

“Sempre gostei dessa região mesmo. Muita gente procura mais o comércio daqui ao invés do centro para comprar”, afirmou José Carlos de Souza Júnior, um dos proprietários de um autocenter que fica na Avenida da Indústria.

Outra avenida que passou por um intenso processo de transformação ao longo da última década foi a São Paulo. Houve o prolongamento que criou uma conexão direta do Centro com bairros como Planalto do Sol, Cidade Nova e Jardim Esmeralda.

Com o tráfego de veículos intensificado na avenida, houve o fortalecimento do comércio local, aponta o dono de uma loja de equipamentos instalada na via, João Batista Ribeiro.

“Principalmente depois que abriu a Avenida São Paulo e formou esse corredor, o trânsito aumentou muito e ficou melhor o comércio aqui na divisa e na avenida”, pontuou o comerciante.

Ademir Giroldo possui uma loja de roupas na Rua do Linho, no bairro Cidade Nova, e viu a região crescer muito nos últimos 20 anos – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Também há intensa atividade econômica fora das avenidas. O comerciante Ademir Giroldo veio da capital do Estado para Santa Bárbara d’Oeste há mais de 20 anos e escolheu a Rua do Linho, na Cidade Nova, para abrir uma loja de roupas.

“É um bairro que tem quase 60 mil pessoas. É muito forte hoje. Nessa região nós temos tudo, então passou a ser uma região muito forte, diferente de 20 anos atrás”, avaliou o comerciante.

O comerciante Alysson Maciel, de 22 anos, reside no Jardim Esmeralda e não vê motivos para sair da sua região se quiser comprar algo. “Eu compro por aqui mesmo. Encontro bastante opção em restaurantes e muitas lojas”, declarou.

“Para nós se tornou natural. Tanto a área central quanto a Zona Leste. Além das áreas do Jardim Europa, Cidade Nova e Mollon, nós temos também o centro do Santa Rita, que é um comércio quase que independente também”, enumerou João Batista de Paula Rodrigues.

Aposta
Após ver a Zona Leste se tornar o ponto de referência econômica, Santa Bárbara agora volta seus olhos para a região que cerca a Câmara Municipal e a Rodoviária, onde um novo corredor comercial pode se formar, apontam fontes ouvidas pela reportagem.

A cidade está se verticalizando a partir desse local, que recebe a maioria dos novos conjuntos de apartamentos construídos na cidade. Em agosto de 2019, o LIBERAL noticiou que o número de empreendimentos condominiais existentes no município passou de 43, em 2012, para 91 no ano passado.

“Depois da passagem da Rodovia Bandeirantes, nós tivemos um crescimento de condomínios, de casas, de prédios aqui mais para as terras da Usina Santa Bárbara. Eu acredito que nós vamos ter mais uma transformação da cidade, que nós vamos ter uma outra moderna Santa Bárbara aqui próximo da Bandeirantes”, disse Angolini.

Essa opinião é compartilhada pelo presidente da Acisb. “Essa parte da Zona Leste já se completou, então o investimento voltou para esse lado da rodoviária. Vamos ver supermercados novos, vários salões prontos beirando a rodovia. A expectativa é que esse movimento volte para essa área da cidade agora”, defendeu.

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