Tradição no rádio
Com a Clube, rádio AM 580 retorna às raízes
Mudança na nomenclatura da emissora resgata a trajetória do veículo que deu início à história da radiodifusão em Americana
Por Rodrigo Alonso
21 de janeiro de 2020, às 07h34 • Última atualização em 21 de janeiro de 2020, às 13h01
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/com-a-clube-radio-am-580-retorna-as-raizes-1137443/
O AM 580 começa 2020 em um momento de transição. Ainda neste ano, a rádio VOCÊ voltará a se chamar Rádio Clube, nome que marcou o início do rádio americanense e é a razão social da emissora até hoje. A mudança é um resgate à história do primeiro veículo radiofônico da cidade, segundo Fernando Giuliani, diretor comercial e das rádios do Grupo Liberal.
Fundada por Gê Godoy, Narciso Sabatini e Waldemar Martinelli, a Rádio Clube começou suas transmissões em 1950 – são 70 anos de história, portanto – e revelou talentos para a comunicação brasileira.
Um deles é o narrador esportivo Jota Júnior, que hoje está nos canais SporTV. Ele teve sua primeira experiência em rádio, justamente, na Clube AM, em 1969. Antes, o profissional trabalhava no caderno de Esportes do LIBERAL.
Na equipe da rádio, Jota participava de programas esportivos e de entretenimento e narrava jogos, principalmente, do extinto clube de futebol Vasco da Gama de Americana.
“Comecei a sentir a responsabilidade que a gente tinha por causa das repercussões. A repercussão era imediata, era pronta. Ali foi importante para eu conhecer o veículo e, evidentemente, para ir treinando o meu desempenho”, conta o jornalista, que seguiu como funcionário da Clube AM até 1974.
Entre 1970 e 1979, a emissora também contou com o narrador esportivo Antonio Edson, o Tonicão, que depois passou pelas rádios Globo, Bandeirantes, Transamérica, entre outras. Durante a carreira, ele cobriu nove edições de Copa do Mundo.
Pela Clube AM, Tonicão, que hoje vive em Ribeirão Preto, comandou a atração Rancho do Tonico, logo no começo das manhãs, das 5 às 7 horas, que, nas palavras dele, “ajudava a cidade a acordar mais cedo”.
Ele também atuou como repórter e narrador esportivo, além de ter sido jurado do programa de auditório Calouros da Cidade, que lotava o Cine Cacique aos domingos. “Foi a emissora que estimulou a população a ter o seu momento de alegria e diversão”, diz.
Àquela época, outra comunicadora da Clube AM era Antonieta Cometti, a primeira mulher da rádio americanense.
“A rádio era um porão, o porão do Cine Cacique. A gente via as pessoas passarem pela rua, mas só via as pernas das pessoas, porque, de fato, era um porão. Era um ambiente extremamente simples, mas era um ambiente muito gostoso, muito amigável. Todos nós éramos bem amigos um do outro”, lembra. Ela apresentava o programa Mulher no Rádio, que contava com a participação de médicos e outros convidados.
“O tempo que ele durou foi maravilhoso, maravilhoso mesmo. Era um programa bem diversificado”, completa Antonieta, que recebeu o LIBERAL em seu apartamento, em Americana.
Com a retomada da Rádio Clube, o Grupo Liberal pretende resgatar atrações que marcaram época, como o show de calouros, além de intensificar a cobertura de modalidades do esporte amador e aproximar a emissora de seus ouvintes. “A Rádio Clube tem esse histórico. Tem vários anos que ela existe e nós queremos resgatar isso daí”, afirma Fernando Giuliani.