30 de abril de 2024 Atualizado 11:06

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Americana

Engep confirma implantação de usina que gera combustível

Investimento da empresa, que é responsável pelo aterro de Americana, é avaliado em cerca de R$ 10 milhões, com retorno previsto em até quatro anos

Por George Aravanis

26 de outubro de 2019, às 08h36 • Última atualização em 26 de outubro de 2019, às 08h41

O gerente do aterro sanitário de Americana, Delmo Pescuma, disse nesta sexta-feira que a Engep vai implantar uma usina para gerar combustível por meio do lixo mesmo que a câmara vete a entrada de resíduos de outras cidades no local.

O projeto de emenda à LOM (Lei Orgânica do Município) que elimina o trecho da legislação que hoje impede a chegada de lixo de fora será votado em primeira discussão na quarta-feira, em sessão extraordinária.

O investimento na usina é avaliado em cerca de R$ 10 milhões, com retorno previsto em até quatro anos. A meta é entregar a unidade de CDR (Combustível Derivado de Resíduos) em um prazo de 18 a 24 meses, disse Pescuma. A licença ambiental já foi solicitada, de acordo com o gerente.

Em princípio, a mudança na lei e a liberação do lixo de outros municípios era encarada pelos envolvidos como uma condição para a criação da usina, já que garantiria mais retorno financeiro ao projeto.

Até no texto da proposta enviada à câmara em agosto, o prefeito Omar Najar (MDB) dizia que um dos objetivos era o ganho ambiental, com a adoção de novas tecnologias. Porém, Pescuma afirmou que a diretoria resolveu tocar a implantação da usina independentemente da aprovação do projeto na câmara.

Se os vereadores rejeitarem o envio de lixo de outras cidades, a Engep vai tentar ampliar a busca de clientes na própria cidade, dentro da capacidade a que tem direito. Hoje, o aterro tem licença para receber 500 toneladas por dia, mas chegam ao local 230. “Dentro de Americana, eu posso buscar esses clientes privados que hoje eu não tenho”, afirmou Pescuma, que citou resíduos industriais como exemplo.

Segundo o gerente, a usina permitiria transformar até 65% dos resíduos em combustível para vender à iniciativa privada. O restante continuaria sendo enterrado durante a compostagem.

Já caso a câmara aprove o projeto que autoriza o envio do lixo de outros municípios, a estimativa é captar até 1,3 mil toneladas diárias – mas, para isso, precisaria de uma nova licença ambiental.

Segundo Pescuma, um dos motivos da decisão é justamente a receita extra que a usina geraria. “Lixo hoje é um negócio. Você enterrar lixo hoje é perder dinheiro”, afirmou Pescuma.

Líder do governo na câmara, Pedro Peol (PV) diz que a proposta será aprovada, justamente em função da tecnologia que substituiria boa parte da compostagem.

Publicidade