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Celebridades

Força de origem

A estreante Rafaela Cocal se vale da identificação com a aspirante a modelo Yandara de “Terra e Paixão”

Por MÁRCIO MAIO - TV PRESS

21 de novembro de 2023, às 08h53 • Última atualização em 21 de novembro de 2023, às 08h55

Para muitos atores, interpretar papéis próximos demais à própria realidade pode ser um tiro no pé. No caso de Rafaela Cocal, a aspirante a modelo Yandara de “Terra e Paixão”, foi exatamente o contrário. Em sua estreia no audiovisual, a alagoana garante que receber uma personagem com características parecidas com ela acabou sendo positivo. “Fiz um teste. As semelhanças comigo me ajudaram, me trouxeram segurança. Um tempo depois, recebi a notícia de que tinha sido aprovada”, comemora.

Na novela das 21h da Globo, escrita por Walcyr Carrasco, Yandara é uma jovem indígena da etnia Guató que está entrando na vida adulta. “É um mundo novo, com o qual ela nunca teve contato antes. A família a protege, tem medo desse choque de cultura que existe e que é grande”, explica Rafaela, ressaltando a importância da rede de apoio que se forma em torno de Yandara em seu próprio núcleo. “Existe um respeito muito grande por parte da família, principalmente pelo avô, um pajé que a guia e acredita nos seus sonhos”, explica, referindo-se ao pajé Jurecê, interpretado por Daniel Munduruku.

Já no processo de criação, Rafaela percebeu que precisava impor limites no quão parecida é com Yandara. Por isso, começou por tentar entender o quanto seus próprios sentimentos influenciariam a personagem. “Temos histórias parecidas, mas não são iguais. Nossas vivências são outras”, justifica. Para não ter problemas com isso, a atriz buscou referências de persistência no círculo familiar. Mas não parou por aí. “Conheço histórias de modelos que passaram por várias situações para se firmarem na profissão. Inclusive de modelos indígenas que vieram antes de mim, com quem tive oportunidade de conversar e conhecer mais das suas histórias”, entrega.

De cara, uma característica de Yandara chamou a atenção de Rafaela: a coragem. Um ponto que aumentou ainda mais o encantamento da atriz não só pelo papel, mas também pelo momento de transformação que passa em sua própria vida. “Acho a Yandara muito corajosa em tudo que faz e no que fala. Ela sente as coisas e isso a faz ter certeza do que pensa e acredita”, defende. E aproveita para, ainda que sem querer, fazer uma espécie de autorreflexão. “Por muitas vezes temos medo de nos mostrar. Falo por mim mesma. Mas a Yandara, não”, valoriza.

“Terra e Paixão” – Globo – Segunda a sábado, na faixa das 21h.

Incentivo real

Para Rafaela, o momento atual é motivo de celebração. Afinal, “Terra e Paixão”, que ocupa a faixa mais nobre da Globo, aposta em uma família indígena com atores que são indígenas. “Lugares estão sendo ocupados em vários setores. Ter um núcleo em uma novela das 21h da Globo é um passo importante e fico imensamente feliz por fazer parte desse processo. É um longo caminho, mas estamos caminhando”, destaca.

O sonho de Yandara, que também já foi o de Rafaela, é compartilhado por inúmeros jovens indígenas brasileiros. É o que garante a atriz, em função da quantidade de feedbacks que chegam para ela. “Recebo muitas mensagens de meninas e meninos que se espelham em mim, que me veem como exemplo e incentivo”, afirma. Uma situação que enche a alagoana de orgulho. “Me deixa muito feliz saber que o meu trabalho está sendo visto e reconhecido”, deslumbra-se.

Instantâneas

Rafaela Cocal diz que, no fundo, sente que sempre quis ser atriz.

O teatro entrou em sua vida na mudança para São Paulo, com a intenção de melhorar a desenvoltura no trabalho com a moda. “Mas, ao longo do processo, vi que era algo que queria e poderia me dedicar inteiramente”, conta.

Rafaela adotou o sobrenome Cocal como homenagem ao povo originário Wassu-Cocal, etnia de seus ascendentes.

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