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Revista L - Motors

Carros elétricos e híbridos, tendência que veio para ficar

O apelo à energia limpa como o combustível do futuro e as vantagens da categoria vêm conquistando os consumidores da região

Por Pedro Heiderich

30 de agosto de 2021, às 07h59

Não tem mais volta. Esta frase, dita por três dos quatro entrevistados pelo LIBERAL, tornou-se até clichê no tema, mas é verdadeira. O mercado de carros elétricos e híbridos cresce no Brasil e na região e veio para ficar. As montadoras e concessionárias começam a seguir uma tendência mundial de incentivar a energia limpa como combustível do futuro.

Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), o mercado de veículos eletrificados no Brasil registrou o melhor quadrimestre desde 2012 (quando teve início a contagem), com 7.290 veículos novos emplacados de janeiro a abril de 2021. O aumento foi de 29,4% sobre o primeiro quadrimestre de 2020 (5.633 unidades).

De acordo com números do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), na RPT (Região do Polo Têxtil), de 2019 até junho deste ano, foram emplacados 2.074 veículos híbridos ou elétricos. A maioria é de Americana, com 809 unidades. Em seguida, vem Santa Bárbara com 451 e Sumaré com 422. De Hortolândia são 264 unidades e de Nova Odessa outras 128.

Em 2019, na região, foram 188 veículos emplacados no primeiro semestre, e mais 324 no segundo, totalizando 512 no ano. Em 2020, o crescimento já foi grande nos seis primeiros meses do ano, com 505 veículos emplacados, mais que o dobro do que o período no ano anterior. O segundo semestre teve mais 519 emplacamentos, chegando a 1.024 no ano.

Ou seja, comparando 2019 com 2020, os carros híbridos e elétricos dobraram, indo de 512 para 1.024. No primeiro semestre de 2021, foram mais 538 emplacamentos, superando o período nos dois anos anteriores.

Com uma fatia de 52% do mercado de híbridos e elétricos, a Toyota, líder no setor, acredita no segmento como uma alternativa prática e sustentável, que não requer investimento imediato em infraestrutura (carregamento em tomada, por exemplo). O reflexo, informa, é a crescente demanda por veículos eletrificados da montadora desde a chegada do Prius, em 2013.

A montadora oferece o Corolla sedã e o Corolla Cross, com a tecnologia Híbrido Flex. “Acompanhamos um crescimento recorrente na demanda por veículos híbridos, pela economia de combustível e apelo ambiental”, informa.

CONSUMIDORES. Morador de Nova Odessa, o engenheiro eletricista Leonardo Henrique Mendonça, 36 anos, comprou um Ford Fusion Hybrid no ano passado. “A decisão foi muito em cima da questão da economia. Pela quilometragem e potência vale muito a pena. Meu Fusion faz média de 16,5 quilômetros por litro, um carro de 1.700 quilos”.

Leonardo ressalta a economia gerada com o seu Fusion híbrido – Foto: Arquivo Pessoal

Leonardo ressalta a economia com o combustível e na manutenção do motor. Ele cita ainda o fato de ser um carro silencioso. “Utiliza menos o motor mecânico, é aproximadamente 55% do que um carro normal”.

O engenheiro aponta outras vantagens. “Outro fator que muitos não sabem é que não tem rodízio para carro híbrido em São Paulo. Para quem anda bastante na capital como eu, ajuda bastante.

Também é possível conseguir desconto no IPVA. E ainda tem a parte ambiental de brinde, com todos os outros benefícios de um carro híbrido”, argumenta.

Leonardo cita o mito da bateria dos carros híbridos. No caso do modelo Fusion de Leonardo, uma bateria nova custa R$ 40 mil. “A bateria tem um módulo com 40, 46 células. Se estragar, você troca a célula. Mas é muito raro de acontecer, e não é esse valor astronômico como dizem por aí”, desmistifica.

Leonardo não titubeia. Não só indicaria um carro híbrido, como indicou a um amigo, que comprou e gostou do veículo. “Ele está bem contente. Quando surgiu no Brasil, os valores dos carros híbridos eram muito altos, não valia a pena. Hoje vale a pena pela economia que você terá depois. Não há tanta diferença para o preço de um carro top de linha”.

O engenheiro diz não ter dúvidas de que a procura cresce e ainda vai aumentar na região. “É um mercado que tende a crescer cada vez mais. Muito em cima do custo do petróleo, da questão ambiental e do aumento da popularidade”, analisa.

Thiago possui um Tucson híbrido – Foto: Arquivo Pessoal

De Americana, o empresário Thiago Dell´Agnesi, 41 anos, mora na Itália e tem um Tucson Híbrido da Hyundai, há um ano. “Não tenho o que reclamar, é um excelente carro. O motor trabalha de forma inteligente. Sem contar a economia da gasolina. Na saída do carro você tem muito mais proveito da parte elétrica, tanto que você recarrega com a frenagem e a retomada de marcha, quando você reduz ele preenche as baterias”.

Thiago relata que na Itália e em toda Europa os carros híbridos e elétricos são comuns e incentivados. “Os carros elétricos tornam a cidade mais silenciosa, não tem aquela barulheira. E o governo oferece um incentivo de até cinco mil euros para você trocar um carro normal por um híbrido ou elétrico”.

MERCADO. Surfando na onda e no crescimento dos híbridos, Rodrigo Soares Campos, especialista no setor de eletrônica, abriu em janeiro uma loja especializada para todos os segmentos de veículos, a Ontech Baterias, no Cidade Nova, em Santa Bárbara d’Oeste. Com um conceito amplamente sustentável, a empresa tem a missão de realizar a aplicação das melhores soluções em energia. Segundo Rodrigo, a procura de moradores da região tem sido grande.

A ideia da Ontech vai além de trocar baterias. “Levamos muito em conta esse conceito ambiental que as pessoas têm procurado. Estou dirigindo um veículo, mas consciente da minha responsabilidade junto ao planeta. Alguns veículos híbridos carregam na tomada. As pessoas querem usar energia limpa para carregar o carro”. A empresa adquiriu uma estação de recarga, que deve ser instalada até setembro. “Será a primeira pública na região, vai ser um marco”. Rodrigo tem um Ford Fusion híbrido e lista as vantagens. “A economia de combustível e a baixa manutenção. Há menos desgaste mecânico em condução elétrica”.

Rodrigo relata que o preço da bateria para híbridos e elétricos costuma corresponder a 60% do valor do carro. Entretanto, as manutenções são raras e as garantias são mais longas do que as baterias dos carros comuns. “Percebemos que o que determina a vida útil da bateria é o jeito como a pessoa carrega e usa o veículo. É outro conceito, que não tem mais volta. As montadoras já estão assinando compromisso com estas questões ambientais”, diz o especialista, que presta consultoria no tema para oficinas e concessionárias.

Rodrigo frisa que é preciso atenção com os riscos ao mexer em baterias de veículos híbridos ou elétricos. “São veículos de alta tensão, temos baterias de 800, mil volts. Precisamos ter pontos isolados para trabalhar, seguir normas de segurança, usar luvas de mil volts, sapatos isolados, manta. São cuidados, procedimentos para mexer nestes carros”. 

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