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Bem-Estar

Principais dúvidas sobre a endometriose no consultório médico

Considerada uma das principais causas de infertilidade em mulheres, a doença pode ter sintomas bastante evidentes

Por Caroline Sanchez - Medellin Comunicações

20 de setembro de 2021, às 14h25 • Última atualização em 20 de setembro de 2021, às 14h26

Diagnóstico definitivo costuma ser estabelecido após a visualização de lesões durante a laparoscopia e a biópsia - Foto: Divulgação

É muito usual que surjam no consultório médico algumas questões que são comuns a quem pesquisou sobre a endometriose ou conversou com alguém que tenha feito algum tipo de tratamento ou cirurgia. O ginecologista e obstetra Marcos Tcherniakovsky, especialista no tratamento da doença, responde algumas destas dúvidas que são comuns em seus atendimentos. Confira!

Existem sintomas da doença?
Isso varia caso a caso. Existem mulheres que não apresentam sintomas e que chamamos assintomáticas, outras com sinais inespecíficos e aquelas com sintomas bastante evidentes. Tal diferença nem sempre está associada com a gravidade da doença. Hoje, sabe-se que o problema acomete 10% das mulheres em idade reprodutiva, mas estudos apontam que a taxa pode ser muito maior, com diagnósticos ainda não realizados. Entre os sinais mais comuns estão cólicas menstruais, dor na relação sexual, dor pélvica crônica diária e infertilidade. Sintomas menos comuns incluem sangramento uterino anormal, dor lombar, fadiga crônica e disfunção intestinal.

Como a mulher sabe que tem endometriose?
Além dos sintomas que podem surgir acenderem um alerta, o diagnóstico definitivo costuma ser estabelecido após a visualização de lesões durante a laparoscopia e a biópsia. Mas atualmente existem equipamentos de imagem e médicos especializados capazes de suspeitar fortemente, sem um procedimento cirúrgico.

É possível engravidar após desenvolver a doença?
Sim, porém, estima-se que 30% a 50% das mulheres com endometriose apresentam infertilidade. Muitas pacientes engravidam espontaneamente durante o tratamento, outras necessitam passar por cirurgia e algumas realizam tratamentos específicos com especialistas em fertilização.

Gravidez pode ser a cura da endometriose?
Não, o que ocorre é que os sintomas da doença são amenizados ou somem durante a gestação, já que existe um bloqueio hormonal nesse período. Porém, não se trata de cura, geralmente os sintomas ressurgem algum tempo depois do parto.

Endometriose só melhora com cirurgia?
Não, a intervenção cirúrgica é indicada apenas nos casos em que a dor é persistente e não melhora com medicamentos ou quando os sintomas limitam alguma função da mulher. Cada caso deve ser avaliado e individualizado.

Quem sofre com o problema pode praticar atividades físicas?
Deve. Muitas pacientes relatam que não praticam exercícios por conta da dor, mas a verdade é que a atividade física libera endorfina, que funciona com um anti-inflamatório e analgésico natural. Pacientes que se exercitam sentem uma melhora considerável, por isso recomendo especialmente exercícios que envolvem a musculatura abdominal e pélvica.

Os sintomas somem depois da menopausa?
Pode-se dizer que sim, mas não é regra. Acontece que nesta fase não existe mais a produção hormonal pelos ovários (falência hormonal) e com isso as possíveis lesões existentes tendem a diminuir e/ou desaparecer e consequente redução ou eliminação dos sintomas.

A endometriose tem cura?
Existe o controle da doença. Algumas mulheres apresentam regressão espontânea das lesões, outras melhoram com tratamento hormonal e algumas fazem a cirurgia e não têm recidiva. Porém, há casos de recidiva mesmo após a cirurgia.

É possível evitar a doença?
Após o diagnóstico, apenas com o tratamento é possível controlar a doença, porém, é possível evitar que o problema se agrave com exercícios físicos, alimentação saudável, restrição de bebidas alcoólicas e cuidados com a saúde mental. Temos que ter em mente que endometriose é a saída do tecido menstrual para fora do útero e para dentro da cavidade pélvica, portanto quanto menos menstruar menor será a chance de desenvolver a doença.

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