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Bem-Estar

Meningite meningocócica

Infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal pode deixar sequelas no paciente e até mesmo levar a morte em até 24 horas

Por Camila Curvelo – Inpresspni

24 de maio de 2022, às 18h30 • Última atualização em 24 de maio de 2022, às 18h31

Causada pela bactéria Neisseria meningitidis, a meningite meningocócica é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, sendo considerada uma doença potencialmente grave, que pode deixar sequelas no paciente e até mesmo levar a óbito em até 24 horas.

Devido à sua gravidade e rápido poder de evolução no quadro clínico, é importante que a população conheça mais sobre a meningite meningocócica.

Confira, abaixo, alguns mitos e verdades sobre a doença.

Só existe um tipo de meningite.

MITO. A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus. Em geral, as meningites bacterianas são preocupantes e, dentre elas, destacamos a meningite meningocócica, que é causada quando a bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo) atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. O meningococo possui 12 tipos identificados, sendo que cinco deles são os mais comuns: A, B, C, W e Y. 2, 3 Quando observamos todas as faixas etárias, o sorogrupo de maior incidência no Brasil é o C. Já em bebês no primeiro ano de vida e crianças menores de 10 anos, o sorogrupo B é o principal causador da doença.

A meningite meningocócica não é uma doença tão comum, mas é grave.

VERDADE. A meningite meningocócica pode causar sequelas graves como amputações e até mesmo levar a óbito. Em 24 horas, a doença pode mudar o rumo da vida do paciente: a evolução rápida e a alta letalidade da meningite meningocócica são algumas das características mais preocupantes da infecção.

Assim como a COVID-19, a meningite meningocócica pode ser transmitida por gotículas respiratórias.

VERDADE. O meningococo, bactéria que causa a meningite meningocócica, pode ser transmitido de uma pessoa para outra, por contato com gotículas ou secreções respiratórias através de tosse, espirro e beijo, por exemplo.

A meningite meningocócica acomete apenas bebês e crianças.

MITO. Apesar de acometer as crianças, principalmente as menores de 5 anos, a meningite meningocócica pode acometer todas as faixas etárias. Além disso, até 23% dos adolescentes e adultos jovens podem ser portadores do meningococo e podem transmitir a doença mesmo sem adoecer, sendo chamados de portadores assintomáticos.

Os sintomas iniciais da meningite meningocócica podem ser confundidos com outras doenças infecciosas.

VERDADE. Os sinais e sintomas iniciais da meningite meningocócica – incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito – podem ser confundidos com outras doenças infecciosas. Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, choque, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.

A meningite meningocócica não tem cura.

MITO. Se a doença for diagnosticada rapidamente e o tratamento adequado for iniciado, a maior parte dos pacientes pode se curar completamente. Entretanto, mesmo com esses passos, a meningite meningocócica tem alta letalidade e pode deixar sequelas. Se não for tratada, a doença é fatal em 20% a 30% dos casos e, dentre os sobreviventes, 10% a 20% apresentam alguma sequela como dano cerebral, perda auditiva ou amputação de membros.

Vacinação, principal forma de prevenção

Atualmente, existem vacinas para a prevenção dos cinco sorogrupos ou tipos mais comuns no Brasil: A, B, C, W e Y. Nos postos de saúde, a vacina contra a doença causada pelo meningococo C é gratuita para bebês, com doses administradas aos 3 e 5 meses de idade, e um reforço aos 12 meses, que pode ser aplicado em crianças menores de 5 anos de idade. Além disso, visando aumentar a proteção contra a doença meningocócica, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, ampliou, até julho de 2022, a vacinação gratuita contra o meningococo C para todas as crianças menores de 11 anos (de até 10 anos, 11 meses e 29 dias) que ainda não tenham recebido o imunizante. A vacina contra os sorogrupos A, C, W e Y também está disponível no PNI para adolescentes entre 11 e 12 anos.

Nas clínicas privadas de vacinação está disponível a vacina contra o sorogrupo B. A recomendação de doses é prevista para os 3 e 5 meses, e mais uma entre 12 e 15 meses. Porém, estão disponíveis na faixa etária de 2 meses de idade a 50 anos. As clínicas privadas ainda oferecem a vacina ACWY, disponível a partir de 2 meses de idade.

Outros tipos de meningite

Além do meningococo, a meningite também pode ser causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo), agente infeccioso da doença pneumocócica. O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza a imunização com a vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10) aos 2 e 4 meses, com uma dose de reforço aos 12 meses, que pode ser aplicada em crianças menores de 5 anos de idade. E, nas redes privadas, são encontradas a vacina conjugada 13-valente (VPC13), com esquema semelhante de doses da VPC10, e a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23), que é indicada para crianças acimas de 2 anos que possuam algum problema de saúde que aumente o risco para doença pneumocócica.

Para as crianças com indicação clínica especial, a vacinação pneumocócica está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) — unidades públicas com infraestrutura e logística para atender indivíduos com quadros clínicos especiais, tais como imunodeficiências, doenças crônicas, transplantados, entre outras condições.
Outro importante causador da meningite, além do meningococo e do pneumococo, é a bactéria Haemophilus influenza e tipo B, que também pode ser prevenido através da vacinação.

Fonte: GSK, empresa global de saúde com foco em ciência

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