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Mães no limite: o que está por trás do burnout materno?

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Mães no limite: o que está por trás do burnout materno?

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Pais & Filhos

Mães no limite: o que está por trás do burnout materno?

O esgotamento emocional das mães está se tornando uma questão crítica de saúde mental; entenda as causas e como buscar apoio

Por Ana Carolina Leal

12 de agosto de 2024, às 09h00

O esgotamento emocional das mães está se tornando uma questão crítica de saúde mental - Foto: Adobe Stock

O burnout materno tem surgido como um fenômeno de crescente relevância nas últimas décadas, destacando-se como uma questão importante de saúde mental.

Diferente do burnout tradicionalmente associado ao ambiente de trabalho, o esgotamento materno afeta todas as mães, independentemente de suas ocupações, e envolve um profundo impacto psicológico e emocional decorrente das demandas da maternidade.

“A condição é caracterizada por sintomas como exaustão extrema, distanciamento emocional dos filhos, irritabilidade, insônia, falta de prazer nas atividades diárias e uma sensação de ineficácia e desespero no papel materno”, explica o neuropsicólogo Aslan Alves.

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Segundo o especialista, esses sintomas podem ser ainda mais intensos em mães de crianças atípicas, como aquelas com autismo, síndrome de Down, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), ou paralisia cerebral, que exigem cuidados contínuos e especializados.

A complexidade do cuidado de crianças com necessidades especiais, que envolve interações constantes com profissionais de saúde e a gestão de terapias, muitas vezes leva a um nível elevado de estresse crônico.

“A constante demanda por cuidados, a preocupação com o desenvolvimento da criança e o isolamento social por falta de compreensão e apoio podem exacerbar o burnout materno nessas mães”, explica o neuropsicólogo.

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Entretanto, o burnout materno não é exclusivo das mães de filhos atípicos. “Mães de crianças sem necessidades especiais específicas também enfrentam desafios significativos”, diz.

De acordo com ele, a pressão para equilibrar trabalho, cuidados com os filhos, tarefas domésticas e ainda atender às expectativas sociais de perfeição na maternidade pode ser esmagadora.

Aliado a esses fatores, a falta de políticas de apoio adequadas, como licença maternidade estendida e flexibilidade no trabalho, intensifica esse cenário.

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“Além disso, a competitividade nas redes sociais, onde muitas mães se sentem compelidas a apresentar uma imagem idealizada da maternidade, contribui para a sensação de inadequação e esgotamento”, destaca.

O impacto do burnout materno vai além da saúde das mães, refletindo-se também no bem-estar e desenvolvimento dos filhos. Estudos indicam que crianças cujas mães sofrem de burnout podem apresentar mais problemas comportamentais e emocionais, uma consequência direta do ambiente familiar estressante.

Para combater o burnout materno, o neuropsicólogo defende a necessidade de um apoio mais robusto e abrangente. “É essencial que haja políticas públicas que ofereçam suporte real às mães, além de programas de intervenção e prevenção. Também é vital fortalecer a rede de apoio social, desestigmatizar a condição e promover a conscientização, permitindo que mais mães busquem ajuda sem medo de julgamento”, enfatiza.

Alves sugere que o autocuidado e a saúde mental das mães devem ser priorizados para garantir o bem-estar de toda a família. “Investir em programas de apoio psicológico, grupos de apoio, terapia individual ou em grupo, e workshops sobre gestão do estresse e técnicas de relaxamento são medidas que trazem resultados positivos”, afirma.

Além disso, o papel da família e dos parceiros faz toda diferença. Dividir responsabilidades e reconhecer o trabalho diário das mães são atitudes que podem aliviar a pressão sentida por elas.

“A valorização do papel materno e a criação de uma cultura de empatia e suporte são fundamentais para aliviar a carga que muitas mães carregam. Buscar ajuda profissional quando necessário é um ato de autocuidado que beneficia toda a família”, conclui Alves.

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